O Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV) criticou a postura do Movimento para a Democracia (MpD) depois das buscas realizadas pelo Ministério Público na Câmara Municipal da Praia (CMP).
Segundo o PAICV, maior partido da oposição no país, a formação política no poder está a tentar condicionar e influenciar as investigações, ignorando questões “relevantes” levantadas aos Fundos do Ambiente e Turismo entre 2017 e 2020.
As críticas foram feitas pelo secretário-geral do PAICV, Julião Varela, durante uma conferência de imprensa realizada nesta segunda-feira, 13 de maio.
De acordo com Varela, as buscas incluem o período de 2016 a 2020, durante a gestão do Óscar Santos, do MpD, e são baseadas em dois relatórios de auditoria realizados em 2018 e publicados em 2022 pelo Ministério das Finanças.
Os relatórios, prosseguiu, evidenciaram factos que configuram uma gestão danosa dos recursos públicos, o que pode resultar em responsabilidades civis e criminais.
No entanto, as buscas também se estendem ao período de 2020 a 2024, com base numa carta de um ex-colaborador da CMP, atualmente dirigida por Francisco Carvalho, do PAICV. Mas Julião Varela garantiu que, até ao momento, não houve nenhuma auditoria sobre os factos denunciados na carta.
“O MpD diz que tardaram essas buscas e o PAICV concorda. Com efeito, as contas de 2010, 2011 e 2012, período em que era Presidente da Câmara o atual primeiro-ministro [Ulisses Correia e Silva], não foram homologadas pelo Tribunal de Contas e até agora ninguém disse nada sobre elas e nenhuma consequência se conhece”, concluiu.