O PAICV afirmou esta segunda-feira, 01 de abril, que os recentes dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) sobre o emprego “poem a nu o fracasso das políticas do Governo em matéria do emprego”.
As declarações foram feitas pelo secretário-geral do maior partido da oposição durante uma conferência de imprensa realizada na cidade da Praia. Para Julião Varela, a política do Executivo de Ulisses Correia e Silva reflete um “falhanço” em relação ao emprego, principalmente no que diz respeito à juventude, “que acreditou na promessa da criação de 45 mil postos de trabalho, sendo nove mil por ano”.
“Os dados acabados de divulgar apontam pela destruição de 8.775 postos de trabalho ao qual se somam os 6.000 do ano passado”, referiu, acrescentando que o INE aponta para a redução de taxa de ocupação de 51,9% para 48,8%.
Foi ainda mencionado que os dados indicam que “cerca de 29 mil jovens com idade entre os 15 e 34 não trabalham nem frequentam qualquer estabelecimento de ensino ou formação”. “O desemprego aumentou, mesmo nas ilhas do Sal e da Boa Vista, onde nos anos anteriores havia mais facilidades de emprego”, disse Varela, sublinhando que uma “atenta leitura” dos dados do INE mostra que “apenas foram criados 1.396 postos de trabalho”.
O representante do PAICV reforçou que para se chegar a esta conclusão “basta fazer a diferença entre a população desempregada em 2017 e em 2018”. “Como entender uma economia a crescer, conforme se propala, e a destruição de nove mil postos de trabalho”, questionou, ajuntando ainda o facto de haver mais empresas no país, enquanto a taxa de atividade “cai de 59,2 para 55,6%”.
Segundo o político, os dados mostram que no ano passado foi registado mais desemprego nos concelhos da Praia, São Vicente e Santa Cruz. O partido que representa considera que o “desinvestimento no setor primário, particularmente na agricultura, é visível”, com o desemprego a “aumentar mais de 4.798 no meio rural”.
Em relação ao aumento do número de trabalhadores inscritos no Instituto Nacional de Previdência Social (INPS), que, segundo PAICV, está a servir de base ao Governo para justificar o aumento do emprego, mencionou que o mesmo se deve à “inscrição das pessoas que já trabalhavam e que não estavam inscritas no INPS”.