O líder parlamentar do PAICV, Rui Semedo, acusou o primeiro-ministro e o Governo cabo-verdiano de enganarem os indivíduos ingénuos através do quarto Orçamento do Estado para 2019, ao mencionarem um aumento salarial de 2,2% apenas para uma mínima parte dos trabalhadores da Administração Pública, que corresponde a pouco mais de 1.000 funcionários num universo de cerca de 20.000 mil servidores do Estado, ficando mais de 18.000 sem nada.
As declarações do membro do maior partido da oposição foram feitas esta quinta-feira, 29 de novembro, durante o debate do Orçamento Geral do Estado (OGE) para 2019 na Assembleia Nacional, tendo o mesmo considerado que este ficou longe de satisfazer as principais promessas eleitorais feitas aos cabo-verdianos por parte do MpD no Governo. Ao dirigir-se ao primeiro-ministro, o político fez questão de realçar que, sendo “Ulisses Correia e Silva um homem de boa memória”, saberia então que a proposta atual não é a mesma que foi feita anteriormente ao povo e nem era este o compromisso assumido com os eleitores.
“Esta promessa bandeira da campanha e ícone do Programa da legislatura caiu por terra e no seu lugar vimos os festejos e as comemorações de metas muito menos ambiciosas de 3% ou 4%, quando já por altura da aprovação do primeiro Orçamento, em 2016, já se tinha, como dado assente, um crescimento de 4%, fruto das condições criadas pela governação anterior”, recordou.
O líder da bancada do PAICV concluiu que os resultados da atual governação do MpD são negativos, tendo provocado a degradação dos principais indicadores de desenvolvimento de Cabo Verde. “Senhor primeiro-ministro, os resultados da sua governação têm um grande saldo de aumento da pobreza, de proliferação de barracas e bairros degradados, de degradação das condições de vida das pessoas e de erosão dos indicadores de condição de vida das famílias”, enumerou durante o debate.