O PAICV considera que a liberdade de imprensa em Cabo Verde está ameaçada. Um dos exemplos dados para essa afirmação foi o da não transmissão da mensagem de Ano Novo do Presidente da República, José Maria Neves, na Televisão de Cabo Verde (TCV).
As declarações foram feitas pelo líder do maior partido da oposição no país, Rui Semedo, durante a abertura da sessão parlamentar, ocorrida nesta quinta-feira, 12 de janeiro.
O dirigente acusou o Governo de tentar “instrumentalizar os órgãos públicos, manipular os jornalistas, discriminar ou condicionar a imprensa privada e transformar os órgãos em instrumentos de propaganda e de tratamento da imagem do próprio Governo”, cita o “Expresso das Ilhas”.
Em reação a estas declarações, o deputado Luís Carlos Silva, do MpD, disse que a declaração política do PAICV é um ataque à democracia cabo-verdiana.
“E, por mais que o PAICV não queira, Cabo Verde é sim um país onde a democracia reina e onde a democracia é um dos pilares do desenvolvimento deste país. Para além de ter sido o primeiro dia de eleições livres em Cabo Verde, marcou, de forma particular, a história desse país, pela forma como a população aderiu ao processo e pelo resultado. Uma opção clara e inequívoca pela liberdade, pelo estado de direito, pelo primado da lei e pela Democracia”, concluiu.
As afirmações foram feitas no âmbito do 13 de janeiro, Dia da Liberdade e da Democracia. Para o deputado António Monteiro, da UCID, apesar dos ganhos alcançados com esta data, o arquipélago não tem conseguido chegar ao patamar desejável em termos da democracia.
“Porque aqui e acolá vamos tendo momentos que, infelizmente, acabam por não dignificar a própria democracia e acabam por criar, no espírito dos cabo-verdianos, muita confusão relativamente àquilo que está a acontecer. A democracia é, em primeiro lugar, o cumprimento das leis. E, nós em Cabo Verde, vamos falhando muitas vezes nesse quesito”, defendeu.