O PAICV afirmou que as medidas anunciadas pelo Governo cabo-verdiano para diminuir os efeitos do aumento da energia têm “contornos eleitoralistas”. A observação foi feita pelo presidente interino do partido, Rui Semedo.
“Por isso mesmo, este anúncio só pode ser entendido como uma interferência grosseira na campanha para as eleições presidenciais, que terão lugar a menos de um mês. Consequentemente é, em si, uma medida eleitoralista”, criticou.
O dirigente convocou a imprensa esta terça-feira, 21 de setembro, para reagir ao anúncio feito pelo primeiro-ministro sobre a energia. Ulisses Correia e Silva informou na segunda-feira, dia 20, a redução do Imposto Sobre Valor Acrescentado (IVA) dos 15% para 8% na eletricidade e água, com efeitos a partir de 2022, além de a tarifa social de energia passar dos atuais 30% para 50%.
Para Semedo, tratou-se de uma reedição daquilo que foi feito nas vésperas das eleições legislativas, altura em que o Governo se socorreu ao perdão das dívidas de energia e água, também em plena campanha eleitoral.
“O primeiro-ministro já nos habituou com estas práticas que põem em causa a imagem das instituições e belisca a credibilidade do processo, que deveria dar garantia a todos os candidatos”, declarou.
A partir de 01 de outubro entram em vigor novos preços de eletricidade, com as tarifas a sofrerem atualização média em torno dos 30%, de acordo com a Agência Reguladora Multissectorial de Economia (ARME).