O Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV) questionou onde esteve a Câmara Municipal da Praia (CMP) durante os seis meses da pandemia no arquipélago. Segundo o maior partido da oposição, a CMP só “acordou” agora, a dois meses das eleições autárquicas, para alegadamente “conseguir votos”.
Foi o secretário-geral adjunto do PAICV, Samilo Moreira, que fez a crítica nesta terça-feira, 25 de agosto, em conferência de imprensa. O político lembrou que a Praia, capital do país, tem sido a mais afetada pela Covid-19, mas que os praienses não puderam contar com o engajamento da CMP e com o exemplo do presidente, no que diz respeito ao distanciamento.
“A câmara prometeu dez mil escudos [90 euros] para as pessoas do mercado, mas estas não receberam. Receberam máscaras no mês de março doadas pela China, mas não ofereceram”, expôs.
“O Parlamento aprovou que as pessoas mais carenciadas deveriam receber máscaras e álcool gel, mas não distribuíram e guardaram até agora”, acrescentou.
O PAICV condenou assim a atuação da edilidade, uma vez que, segundo disse, é a CMP mais rica de Cabo Verde e recebe só de Imposto Único de Património 350 mil contos (3.174 euros) por ano, e com um orçamento retificativo para 2020 de cerca de 2,8 milhões de contos. Tendo em conta estes dados, referiu que durante seis meses a CMP limitou-se apenas a ser intermediária dos apoios que recebiam para entregar às famílias carenciadas.
Foi igualmente criticado o facto de a edilidade não ter criado um fundo de emergência municipal nem estruturado o programa de apoio às famílias carenciadas no município. Além disso, não isentou a cobrança das rendas em todas as casas sociais e demoliu as “barracas” no Alto da Glória, em plena pandemia.