O PAICV em São Vicente mencionou “fragilidades urbanísticas graves” que considera terem contribuíram para as inundações, desabamentos e desalojamento de algumas famílias na ilha após as últimas chuvas.
Para o maior partido da oposição em Cabo Verde o sistema de drenagem não funcionou. As declarações foram feitas pelo presidente da Comissão Política Regional (CPR) do PAICV, Alcides Graça, numa conferência de imprensa realizada nesta quarta-feira, 16 de setembro.
Apesar de não se poder prever as consequências das cheias, acrescentou, os responsáveis municipais não devem contribuir para o agravamento das condições urbanísticas “precárias” da cidade.
“Quem cria lotes de terrenos nas ribeiras, bloqueando o caminho da água, está a contribuir para o perigo que a força da natureza pode representar com a queda das chuvas fortes. Quem concede um lote de terreno, tapando conscientemente o caminho da água da chuva, encravando uma moradia, sabe que em caso de chuva a família corre risco de vida, deve ser responsabilizado pelas consequências inerentes”, afirmou.
“Quem concede lotes de terrenos nas encostas, sem qualquer plano urbanístico e sem criar todas as condições de segurança está a contribuir para o perigo de vida de muitas famílias em caso de chuva”, disse ainda.
Alcides Graça, que responsabiliza a edilidade Mindelense pela situação, pediu que fosse feito um balanço dos estragos em São Vicente, à semelhança do que aconteceu na cidade da Praia. Assim as famílias afetadas pelas cheias do último fim de semana poderiam ser mais facilmente socorridas, encontrando-se muitas delas em situação difícil, partilhou.
“As cheias invadiram casas, levando todos os pertences de algumas famílias, destruíram paredes, abalaram casas que cederam e estão em perigo de derrocar. Muitas pessoas estão literalmente na rua porque têm medo de regressar às suas casas por causa do risco de desabamento”, alertou.