A líder do PAICV, Janira Hopffer Almada, acusou o Governo cabo-verdiano de reduzir em cerca de 20% o orçamento de investimento no setor da saúde, tendo esta crítica sido feita durante a discussão e votação da proposta do Orçamento do Estado (OE) para 2020.
A dirigente desafiou no Parlamento o ministro da Saúde e Segurança Social, Arlindo do Rosário, a dizer a verdade ao povo, alegando que “a saúde está a transformar-se cada vez mais num luxo em Cabo Verde”, além de ter aproveitado a ocasião para questioná-lo sobre se o orçamento debatido contempla a cobertura universal, o pacote de cuidados essenciais na saúde acessível a todos, o aumento no tratamento diferenciado para neurocirurgia, diálise e quimioterapia e quais serão os centros de saúde que vão ser equipados com materiais de diagnóstico, entre outras questões.
A mesma fonte instou ainda o Executivo a apresentar os acordos de parceria com os países estrangeiros que contemplam o sistema das evacuações e as medidas para melhorar a telemedicina, de forma a aumentar a capacidade de diagnóstico e reduzir as evacuações.
“É isso que o povo quer saber, e é evidente que a saúde está a transformar-se cada vez mais num luxo e é inadmissível o que está a acontecer em alguns hospitais como o hospital central da Praia”, reiterou.
Por sua vez, Arlindo do Rosário acusou a presidente do maior partido da oposição de passar informação “falsa e sem credibilidade”, garantindo que de 2015 a 2020 o orçamento para o setor da saúde é o que mais cresceu em cerca de três milhões de contos (27.207 euros).
Segundo o governante, cerca de 1.068 trabalhadores entraram para o Ministério da Saúde de 2016 a 2020, sendo este um dos maiores empregadores do país, o que contribui para a diminuição do desemprego. Também os cursos com mais saída estão ligados ao setor da saúde, pelo facto de haver promoção do emprego e recrutamento, acrescentou.
Quanto aos hospitais centrais, regionais e às delegacias de saúde, os orçamentos dos mesmos subiram até seis vezes mais, de 2015 a 2020, ajuntou, assegurando que o OE para o próximo ano prevê recrutar mais de 120 trabalhadores, entre técnicos e pessoal operacional, e que os equipamentos médicos hospitalares orçados em milhão de contos chegam a Cabo Verde na próxima semana.