O PAICV apelou a uma “gestão transparente” dos montantes disponibilizados por Portugal, no âmbito da cimeira bilateral com o país europeu. Foram pedidas medidas que aliviem a vida dos cabo-verdianos no contexto atual.
O pedido foi feito pelo dirigente da bancada parlamentar do PAICV, João Baptista Pereira, nesta quinta-feira, 10 de março. Segundo o político, citado pela “Inforpress”, com esta “folga orçamental” que o país vai ter, no quadro dessa cooperação, a gestão dos recursos deve ser feita da maneira “mais transparente possível”.
“Nós pretendemos que a gestão desses recursos seja feita da forma mais transparente possível e que os cabo-verdianos possam conhecer os projetos, opinar e saber para onde vão esses recursos”, esclareceu.
Baptista Pereira falou sobre a necessidade de os investimentos terem “reflexos” na vida da população, ainda mais numa altura em que há a “escalada generalizada de preços e que tende a agravar-se”.
“Queremos que o Governo se comprometa, efetivamente, a avançar com medidas de mitigação, a começar pelos subsídios, pelas medidas de estabilização dos preços do trigo e do milho, mas também medidas que possam impactar a nível dos combustíveis”, partilhou.
Governo critica PAICV
Em reação a estas declarações, a ministra de Assuntos Parlamentares e do Conselho de Ministros, Filomena Gonçalves, criticou a posição da maior formação política na oposição. Isto porque a mesma deveria estar a regozijar-se com o sucesso que tem sido a diplomacia económica de Cabo Verde, concluiu.
De acordo com a governante, a VI cimeira Cabo Verde – Portugal enquadra-se nas relações internacionais de cooperação entre estados que têm dado os seus frutos e “não entre partidos ou amigos”.
“O PAICV tem problemas com a gestão da coisa pública e fica no seu pedestal de desconfiança. Deve ter lá as suas razões, mas este Governo tem prestado contas e o PAICV, em vez de enaltecer, levantou suspeições sobre o valor disponibilizado”, observou.
Filomena Gonçalves salientou que o Governo tem prestado contas e desafiou a oposição a denunciar qualquer acto em que os recursos não foram canalizados para as pessoas.
MpD e UCID respondem
Por sua vez, o MpD, partido no poder e que suporta assim o Governo, lamentou através do líder da bancada, João Gomes, o facto de o PAICV “sempre aproveitar as oportunidades para atirar alfinetadas”.
Já o presidente da UCID, António Monteiro, referiu que “qualquer cimeira” feita entre Cabo Verde e outro país, desde que respeite os interesses nacionais, terá sempre o apoio do partido.