Cabo Verde: PAICV quer melhoria da democracia

O PAICV reconheceu nesta quinta-feira, 28 de outubro, a existência de avanços na democracia cabo-verdiana. No entanto, considerou igualmente que existem aspectos que têm de ser melhorados, de acordo com o “Expresso das Ilhas”. 

As observações foram feitas pelo líder interino do principal partido da oposição no arquipélago, Rui Semedo, durante a sua declaração política. Segundo o dirigente, só com melhorias se pode integrar a democracia de Cabo Verde no grupo das dez mais bem qualificadas no mundo. 

Semedo começou por lembrar as últimas eleições presidenciais, realizadas a 17 de outubro, onde analisou que a democracia nacional demonstrou maior pujança por terem sido apresentadas mais alternativas de candidatos aos eleitores, com mais propostas e com mais ideias. 

Nesse âmbito, o PAICV destacou o nível de maturidade dos eleitores cabo-verdianos “pelo civismo, pela disciplina, pela participação ordeira, pela escolha responsável” e ainda “pela forma entusiástica, alegre e festiva como encaram a participação nos processos eleitorais”

No entanto, deixou críticas à campanha eleitoral. “Como não há bela sem senão, apesar dos avanços há coisas que tem que ser melhoradas. À semelhança das eleições legislativas, as campanhas, nalguns aspectos, começaram fora do tempo, por exemplo, com a colocação de materiais de campanha sem se cumprir todos os preceitos legais, inclusive, também com deliberação da CNE [Comissão Nacional de Eleições] mandando suprir as falhas e ilegalidades, com a retirada de alguns materiais de propaganda”, concluiu. 

“Desta vez, até os observadores eleitorais, que teceram rasgados elogios à nossa democracia, o que nos deixa vaidosos e satisfeitos, também notaram e notificaram práticas que consideraram utilização dos meios públicos em benefício de uma candidatura”, acrescentou, referindo-se à intervenção do Governo, principalmente na pessoa do primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, na campanha eleitoral do candidato presidencial Carlos Veiga, do MpD.

“A nossa democracia avançou muito, é certo, é mais robusta, também é verdade, é uma referência no mundo democrático, não restam dúvidas, mas padece de falhas como as de que falamos que, se não forem colmatadas podem pôr em causa eleições livres justas e transparentes”, finalizou.

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