O PAICV vai aproveitar o debate parlamentar que começa esta quarta-feira, 26 de junho, para questionar o primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, sobre as novas estratégias que o Governo cabo-verdiano quer adotar para o setor do turismo.
Ao fazer o balanço das jornadas descentralizadas em conferência de imprensa, o secretário-geral do maior partido da oposição no país, Julião Varela, aproveitou para declarar que o Governo prometeu atingir um milhão de turistas até 2021, mas que, neste momento, se verifica uma “ligeira diminuição deste crescimento”, o que pressupõe que o objetivo traçado “dificilmente será atingido”.
De acordo com o político, antes de o Governo atual, apoiado pelo MpD, ter assumido o poder, chegavam a Cabo Verde cerca de 600 mil turistas por ano, na altura da liderança do PAICV. Atualmente, ajuntou, o número chega “apenas aos 700 mil”, após três anos de mandato do atual Executivo.
Varela salientou que o Governo “fala de diversificação”, mas “não se conhece nenhuma política concreta” para trazer “maior dinâmica” ao setor do turismo. “Continuamos concertados nos mesmos produtos, sol e praia. E a coisa complica-se quando temos a estrangulação dos transportes aéreos e marítimos internos, que acaba por condicionar o desenvolvimento do turismo noutras ilhas”, criticou.
Foi também referido que o desenvolvimento do setor da agricultura estava dependente do setor do turismo e que o Governo anterior fez investimentos para permitir que o mercado turístico fosse abastecido “essencialmente por produtos nacionais”. No entanto, o secretário-geral criticou o facto de o fornecimento desses produtos ter “diminuído, não somente por falta de chuva, mas também por causa do desinvestimento no setor da agricultura”.
Será durante a mesma sessão parlamentar que os eleitos nacionais deverão proceder à votação final global sobre a proposta de lei que aprova o Regime Jurídico da Concessão de Serviço Público Aeroportuário de Apoio à Aviação Civil e com a qual o PAICV disse não concordar.
Para esta formação política, a lei em causa “fragiliza as competências” da Agência da Aeronáutica Civil (AAC) sobre a regulação económica e “foge à fiscalização” dos principais órgãos, nomeadamente do Parlamento, já que o contrato de concessão será celebrado “diretamente entre o Governo e a empresa concessionária”.