O Partido Popular (PP) discursou sobre os 46 anos de independência de Cabo Verde, considerando a mesma “muito positiva” para o povo cabo-verdiano. No entanto, aproveitou a ocasião para também deixar críticas.
Para o PP, existe uma “fantochada da democracia” mediante a “cumplicidade das embaixadas e organizações internacionais”, mesmo após 46 anos da proclamação da independência.
Segundo o dirigente da formação política, Amândio Barbosa Vicente, a soberania do arquipélago e emancipação do povo trouxe vantagens, como o desenvolvimento, mas ainda há desafios por solucionar, como a reforma do Estado. Neste caso, continuou, este problema deveria começar a ser tratado a partir do poder executivo, devido ao “excessivo número de governantes num microestado”.
Barbosa Vicente defende um regime presidencial em detrimento do parlamentar, com o argumento de que o Presidente da República é quem deve governar. Outras sugestões são a reforma da representação diplomática, o reforço da Polícia Nacional, a reforma das Forças Armadas, com a extinção do serviço militar obrigatório, e a reforma do poder judicial, com a eleição do procurador-geral da República.
O político quer igualmente um papel mais atuante do Estado nas atividades económicas e que o turismo não continue a ser a atividade prioritária da economia cabo-verdiana, entre outras sugestões.