O vice-presidente do Partido Popular (PP) de Cabo Verde, Felisberto Semedo, acusou neste domingo, 01 de março, o Governo de não estar a ser muito assertivo no que diz respeito às medidas aplicadas nos transportes marítimos e aéreos.
Em declarações à imprensa, feitas na cidade da Praia, no final da reunião quinzenal desta formação política, Semedo apelou ao Governo para que seja dita a verdade sobre o navio Chiquinho, considerando haver uma “grande contradição” em relação ao facto de o mesmo estar certificado para navegar no mar aberto e apto para as águas do arquipélago.
“Deixamos aqui um apelo ao Governo, no sentido de esclarecer e tranquilizar o povo cabo-verdiano, porque é da sua competência esclarecer se o navio tem certificado de navegação no mar aberto, mostrando o documento que comprova isso para que, definitivamente, fique claro”, afirmou.
A mesma fonte disse estar na posse de um documento que teve acesso através da Agência de Aviação Civil (AAC), que revela que a companhia aérea Binter está em falta no pagamento de impostos ao Estado, num “valor avultado”, mas não quis avançar a quantia em causa.
“Cabo Verde é um país em que o transporte aéreo é o mais caro do mundo, ou seja, o Governo não teve uma política mais assertiva em chegar nos servidores, que é o povo, o cidadão, para ter um transporte aéreo com uma cobrança mais acessível”, criticou.
No encontro do PP foi igualmente avaliada a situação da saúde no país e ainda o facto de o Governo disponibilizar cinco milhões de contos (45.345 euros), o que representa quase 10% do Orçamento de Estado para 2020, que ronda os 70 milhões de contos (634.834 euros), de isenção aos operadores económicos, quando eles próprios, acrescentou, “fogem ao fisco” ao não passarem faturas que são obrigatórios. Neste âmbito, o PP exortou ao Executivo para que crie mais medidas de combate de fuga ao fisco.