O chefe de Estado de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca, reafirmou nesta terça-feira, 15 de dezembro, que o caso da detenção no país do empresário venezuelano Alex Saab é uma “questão complexa”. No entanto, apesar dessa situação, assegurou que as relações diplomáticas com Caracas “continuam normais”.
“Ainda não há muito tempo o atual embaixador da Venezuela apresentou cartas credenciais ao Presidente de Cabo Verde”, salientou.
As declarações foram feitas aos jornalistas na cidade da Praia, depois de uma reunião de balanço com o Governo em relação à presidência cabo-verdiana da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). Uma vez que o caso de Saab é delicado, o governante voltou a recusar-se a dar a sua opinião em relação ao mesmo.
“Isto é um dossiê judicial”, referiu, lembrando que não se trata da primeira vez que o arquipélago tem em mãos processos de extradição. Ainda assim, reconheceu o mediatismo deste processo.
Recorde-se que Alex Saab, de 48 anos, foi detido em 12 de junho pela Interpol e pelas autoridades cabo-verdianas, durante uma escala técnica no Aeroporto Internacional Amílcar Cabral, na ilha do Sal, com base num mandado de captura internacional emitido pelos Estados Unidos da América (EUA). Isto porque o país governado por Donald Trump acusa Saab de ter branqueado 350 milhões de dólares (295 milhões de euros) para pagar atos de corrupção do Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, através do sistema financeiro norte-americano.
No entanto, o Governo venezuelano defende que o empresário viajava com passaporte diplomático daquele país enquanto “enviado especial”, pelo que não podia ter sido detido.