O Presidente de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca, realçou o reforço da credibilidade da democracia cabo-verdiana e avisou que não pode haver retrocessos. A declaração foi feita nesta quarta-feira, 13 de janeiro, data em que se comemora o Dia da Democracia e da Liberdade.
No discurso feito na sessão solene comemorativa dos 30 anos da data festiva, o governante referiu que, apesar de haver “desafios a vencer”, o indicador mais fiável da robustez da democracia do arquipélago é o facto de os processos eleitorais terem sido transformados “num costume”.
“É necessário celebrar, festejar esta importantíssima conquista. Ela mudou, de forma muito significativa, a realidade política, social e cultural de Cabo Verde, libertou energias, ampliou e desbravou horizontes, favoreceu a criação de um poder local autónomo, a luta contra as discriminações de género, permitiu colocar a um nível mais elevado os processos de realização pessoal e coletiva e potenciou as condições para que pudéssemos criar uma Nação moderna, uma economia competitiva e um Cabo Verde moderno”, salientou.
O chefe de Estado alertou ainda sobre os desafios que se apresentam em tempos de crise e que podem criar as condições para a propagação de extremismos populistas e de discursos incendiários, com ideias antidemocráticas.
“De um modo geral, os períodos de crise social e as inevitáveis limitações ao normal funcionamento dos sistemas democráticos são aproveitados para a difusão de ideias contrárias aos princípios e valores democráticos”, lembrou.
Jorge Carlos Fonseca deixou então a mensagem de que “os democratas devem estar muito atentos e combater tais propostas e tentações, através da pedagogia paciente dos valores da liberdade e da democracia, de modo a retirar argumentos aos mentores do ideário e das receitas antidemocráticos”.