O Presidente da República de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca, descreveu a detenção de Alex Saab, alegado testa-de-ferro do chefe de Estado venezuelano Nicolás Maduro, como um “caso delicado”, tendo essa detenção ocorrido recentemente no arquipélago que representa.
Como tal, pediu respeito pelo Estado de direito democrático, sendo aguardada a decisão sobre o pedido norte-americano para extradição do arguido. Estas declarações foram feitas em conferência de imprensa, na cidade da Praia, ilha de Santiago, por ocasião da celebração dos 45 anos da independência de Cabo Verde.
O governante cabo-verdiano começou por afirmar que não iria tecer comentários ao caso, que considerou ser “delicado” e que está na justiça.
“Não pode estar a pedir que faça comentários sobre um caso delicado, que está na Justiça cabo-verdiana. Num processo em que há um cidadão, empresário, sobre o qual impende acusações – justas ou não, não me cabe dizê-lo – de facto criminalmente graves, que foi detido em Cabo Verde, creio eu para extradição, em que a defesa está a batalhar para a libertação. Como eu não comento nenhum caso judicial em concreto, não posso comentar este”, disse.
O momento foi ainda aproveitado para pedir respeito pelos direitos de defesa do detido e pelo Estado de direito democrático. “A única coisa que posso dizer é que, como Presidente de Cabo Verde, e sendo Cabo Verde uma democracia, sempre achei e continuo a achar que, em quaisquer circunstâncias, seja qual for o dossier, qualquer que seja a sua complexidade, as suas implicações, nós temos que funcionar como um Estado de direito democrático”, defendeu.
“Concretamente, a pessoa detida teria que ter e tem que ter, nomeadamente, acesso a todas as garantias de defesa que a Constituição exige para qualquer pessoa detida em qualquer processo judicial”, acrescentou.