O primeiro-ministro de Cabo Verde, Ulisses Correia e Silva, admitiu a possibilidade de o país pedir a integração na Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN ou NATO, na sigla inglesa), uma vez que o mesmo precisa de conseguir parcerias para reduzir vulnerabilidades e também pela localização geoestratégica do arquipélago.
As declarações foram feitas esta terça-feira, 30 de julho, em entrevista, realizada na cidade da Praia. A informação foi assim partilhada na véspera do debate sobre o estado da Nação, que se realiza esta quarta-feira na Assembleia Nacional.
Entretanto, o país está à espera da decisão da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre o projeto de extensão da plataforma territorial das 200 milhas náuticas (370 quilómetros) atuais (Zona Económica Exclusiva) para um máximo de 350 milhas náuticas (650 quilómetros).
Para o chefe do Executivo, a entrada na NATO, aliança militar que completou este ano os 70 anos de existência e que engloba 29 países, é uma das soluções, também tendo em conta o reforço da parceria com a União Europeia.
No entanto, a questão de Cabo Verde aderir ou não à NATO poderá não ser fácil, devido aos estatutos da organização, que, no seu artigo 10º, define que o alargamento da aliança pode ser feito a países europeus. A adesão de países terceiros depende de convite, o que requer um consenso dos atuais Estados-membros.