O primeiro-ministro cabo-verdiano, Ulisses Correia e Silva, assegurou que o Governo descarta a possibilidade do aumento de impostos para fazer face à quebra de receitas e à subida das despesas derivadas das medidas aplicadas para travar a pandemia da Covid-19.
“Não vamos ter aumento de impostos, porque isso seria agravar ainda mais a situação da economia, no global, e a situação da economia familiar, das pessoas e a situação das empresas, que mexe depois com o ciclo de rendimento, consumo e produção. Entraríamos num sistema de austeridade que, no caso de Cabo Verde, não pode ser efetivado”, explicou.
O governante acrescentou que o endividamento externo é a única saída possível para enfrentar a grande quebra de receitas fiscais, mencionando que, uma vez que não duvida do “aumento da dívida externa”, tem de se “trabalhar para mitigar esses efeitos” negativos na economia do arquipélago.
Também segundo a mesma fonte, o objetivo é evitar colapsos a nível do sistema de saúde, além do ponto de vista social e económico.
“Esta crise coloca-nos a todos esse grande desafio: primeiro, sobreviver, depois, adaptar à situação, evitar o colapso do sistema de saúde, evitar o colapso social e económico. E é por isso que nós implementámos as medidas de proteção ao emprego, através do lay-off, do subsídio de desemprego muito mais agilizado e flexibilizado. Com esses dois instrumentos, beneficiámos mais de 15 mil trabalhadores do setor empresarial”, frisou.
Linhas de crédito com garantias para apoiar a liquidez das empresas, moratórias para pagamento de créditos e de impostos, medidas de proteção social como Rendimento Solidário, Rendimento Social de Inclusão e ajuda alimentar são outros parâmetros tidos em conta.