O primeiro-ministro cabo-verdiano, Ulisses Correia e Silva, afastou a hipótese de aumentos salariais, apesar de ter reconhecido os efeitos da subida de preços no poder de compra.
Não é possível o aumento salarial, explicou neste domingo, 29 de maio, devido à quebra nas receitas do Estado e ao crescimento da despesa para conter a inflação.
“Quando temos todas estas prioridades, não creio que possamos colocar, dar prioridade, à atualização salarial. Virá no seu tempo, quando pudermos acomodar essas despesas adicionais”, disse numa entrevista coletiva a diversos órgãos de comunicação social na Praia, capital do país.
Correia e Silva lembrou que, devido à pandemia da Covid-19 e aos efeitos da crise da guerra na Ucrânia, “as finanças públicas estão fortemente atingidas por uma quebra de receitas e por um aumento de despesas que estão vocacionadas e priorizadas para a proteção”.
“Proteção social, proteção dos mais pobres, para a inclusão, o que exige avultados recursos […] entre a proteção e mitigação do efeito da alta de preços de produtos alimentares e combustíveis estamos a falar de abril a dezembro de mais de cinco milhões de contos [mais de 45 milhões de euros]”, sublinhou.
“Não há dúvida que a inflação faz quebrar o poder de compra. Aquilo que nós estamos a fazer é que estamos a acomodar uma grande parte dessa inflação, não a transferindo diretamente para as empresas e para os cidadãos”, esclareceu.