O empresário colombiano Alex Saab, que se encontra detido em Cabo Verde desde junho do ano passado, escreveu uma carta aberta para o povo cabo-verdiano.
No texto o enviado especial da Venezuela, alegado testa-de-ferro do Presidente venezuelano Nicolás Maduro, disse que foi raptado por alegadas instruções dos Estados Unidos da América (EUA) e exigiu a sua libertação imediata.
Também de acordo com Saab, a Procuradoria-Geral da República e a Polícia de Cabo Verde sabiam, desde a altura em que o prenderam, que ele era enviado especial legalmente da Venezuela, tendo assim direito a uma imunidade diplomática inviolável.
“Eu continuo preso 24 horas por dia. Há 50 polícias armados, e eles têm as chaves da casa e entram aleatoriamente na casa a qualquer hora do dia para perturbar deliberadamente o meu sono. Não posso trancar a porta do meu quarto, não posso receber visitantes da minha escolha, os meus advogados são revistados ao entrar e sair de casa e os seus documentos são revistos”, partilhou.
“Estou rodeado pela polícia e pelo exército em quatro casas situadas nos lados e em frente àquela em que estou detido. Embora o tempo máximo em que posso ser detido em prisão domiciliária tenha expirado, continuo preso sem qualquer sinal de ter sido libertado”, lê-se ainda.
No entanto, realçou na carta que o povo cabo-verdiano era inocente quanto ao seu “rapto” efetuado por alegada ordem dos EUA. “O povo de Cabo Verde é inocente do meu rapto, que foi levado a cabo por funcionários incapazes e não dispostos a seguir a lei e que se submeteram à pressão política de um país com a intenção de prosseguir a sua agenda”, concluiu, apelando para que o povo defenda a sua libertação.