Triu de Fogo, um grupo muito versátil, constituído por três jovens talentosos músicos cabo-verdianos, Michel Andrade (Guitarrista/Vocalista), Valter Jorge Cardoso (Baixista & Cavaquinho) e Junior Barbosa (Teclados/Vocalista).
A banda musical Trio De Fogo ou “Triu Di Fogu” foi fundada em 2015 por o Michel Andrade e Júnior Barbosa, já Válter Cardoso veio mais tarde a ser integrante do grupo, dando início ao “trio” que tem estado em inúmeros palcos em todo o arquipélago cabo-verdiano e colaborando com os melhores artistas cabo-verdianos nomeadamente: Grace Évora e Beto Dias.
O nome “Triu Di Fogu”, surgiu através do público que os via e ouvia tocar salientando serem três elementos, e porque cantavam maioritariamente músicas de “Fogo”, começaram assim a denominá-los “Triu Di Fogu”. A banda reconheceu que não era mais necessário mudar o nome, e buscaram escrever o nome no “krioulu profundo”, para mostrar que são uma banda que quer mostrar “Fogo” desde a sua raiz.
Segundo Júnior Barbosa “a banda tem o objetivo de um dia, logo que a pessoas ouvirem a nossa música, saberem a nossa originalidade e saber quem somos”,
O primeiro single a ser lançada pela banda “Triu Di Fogu”, será lançado “antes de janeiro e irá ter Talaia Baixo, e uma fusão de coladeira e bandeira, resumidamente, será feito inspirado na tradição de fogo. Queremos exaltar a imagem do Fogo, e mostrar o quê que tem de bom e convidar as pessoas a visitaram a ilha de Fogo, porque temos o “nosso café, vulcão, crioulas bonitas, “Maneicon” (vinho), tambor, coladeira”, queremos mostrar a tradição existente nesta ilha, por isso o single terá o nome de “Paraízu Burgan” enfatizou Júnior Barbosa.
O grupo ainda pretende eventualmente gravar um disco de sua autoria, e lançar juntamente com o single o seu vídeo clip.
A banda à procura da internacionalização, a sua primeira digressão no exterior
A nível da internacionalização do grupo, a banda ambiciona num futuro próximo apresentar em palcos renomados, em países como Portugal, França, Luxemburgo, Holanda, Alemanha e os Estados Unidos da América. Atualmente o grupo está a trabalhar com um promotor musical nos Estados Unidos da América para uma digressão, nos Estados Unidos da América na cidade de Boston, Brockton e Providence, Rhode Island.
A banda “Triu de Fogo” já tocou na maioria das ilhas de Cabo Verde, desde Santiago, Fogo, São Vicente, Sal e Brava. O grupo musical ou um dos seus elementos também já participou, de uma forma ou de outra, em grandes festivais renomados em Cabo Verde tais como: Kriolo Jazz Fest, AME (Atlantic Music Expo), Festival da Gamboa, Festas de Nho San Filipe, Município de Mosteiros, etc. e dois dos integrantes já tiveram participações como músicos em shows/performances em Portugal, Senegal e Angola.
Este grupo musical formado por indivíduos oriundos da ilha do Fogo não tem gravado nenhum trabalho da autoria própria até o momento, no entanto eles executam e tocam as mais conhecidas e populares músicas cabo-verdianas dos mais diferentes estilos e géneros musicais desde o funaná, coladeira, zouk, kizomba, coladeira, Cola-zouk e principalmente o famoso e indiscutível estilo Foguense Talaia Baixo.
O repertório do grupo é composto principalmente por músicas tradicionais cabo-verdiana com ênfase em funaná, coladeira, talaia baixo, etc. O grupo atua, durante as suas performances em varios palcos pelas noitadas da capital, canções e composições de vários artistas e bandas cabo-verdianas tais como o Bulimundo, Jorge Neto, Katchaz, Tubaroes, Beto Dias, Grace Evora e Tabanka Jazz.
É de salientar que os elementos da banda cresceram com a música tradicional, e por isso procuram promover a música tradicional da Ilha do “Fogo”, para mostrar a sua originalidade, exaltando a música do fogo e levá-lo para o exterior como vários artistas já fizeram, querem representar Fogo e ser uma bandeira desta ilha. “não vamos deixar a tradição cair por terra, e nem fechar também apenas no estilo tradicional” diz Júnior Barbosa.
O grupo recomenda a aqueles que querem seguir o mundo da música a, “nunca desistir, porque não desistimos apesar de receber muitos “não”, e continuar a tocar sempre, vai haver quedas e sempre o levantar será mais forte, a maior arma é a humildade porque músicos aprendem entre si e assim vão evoluindo, acredite em si, e ao mesmo tempo a dedicação, para ser músico é preciso passar noites em claro e ouvir continuamente uma música até não querer ouvi-la, há sacríficos a si fazer para ser”.
Percurso dos 3 jovens de fogo, da Banda “Triu de fogo”
Valter Cardoso, foi para a Cidade da Praia em 2006 a trabalho, mas não era músico profissional. Em 2007 entrou num grupo violonista de Cabo Verde “Nho Nário” e ficou até 2019. Logo em seguida foi convidado pelo Michel Andrade e Júnior Barbosa a entrar na Banda “Triu de fogo”.
A sua paixão pela música foi transmitida pela própria família que é constituído por tocadores (Pais, Irmãos). “O meu pai tinha um cavaquinho e não queria que ninguém aprendesse a tocar, mas sempre que ele deixava, o instrumento num lugar eu aproveitava para aprender a tocar, sozinho com 15 anos, e por isso digo que é um dom que foi transmitido do meu pai para mim. E Já com 16 anos tocava em casamentos” afirma Valter Cardoso que “sempre quero agradar o público para que goste da minha música e da maneira que toco” pois o seu ganho “Pão” é exclusivamente a música.
Júnior Barbosa, por sua vez diz que desde criança tinha uma paixão pela música, chegou a tocar em latas, porque ter instrumento na altura era algo muito difícil. É por este motivo que o que mais se fazia na sua vila era jogar futebol “dentro do campo de futebol tinha um grupo de músicos que iam ensaiar ali, sempre que começava o ensaio lembro-me que deixávamos a bola de lado e íamos ali ver o ensaio, e eles nos deixavam que cantar usando o microfone e dali a minha paixão pela música começou a ser despertada cada vez mais.
“Uma história praticamente minha e do Michel Andrade, porque somos primos e crescemos juntos, começamos a aprender a tocar guitarra juntos, que era o instrumento mais fácil, mas como havia muitas pessoas a querer a aprender e apenas tinha uma guitarra era um pouco difícil para nós, e posso dizer que conseguimos porque temos esse dom, a música no sangue, uma herança da família, dedicámos e dai começamos a aprender os acordes e a “compor” algumas músicas e logo tivemos a oportunidade de entrar numa banda, eu (Júnior) entrei como vocalista e o Michel como guitarrista” conta o músico.
Júnior refere ainda que “nesta banda começaram a aprender tocar instrumentos deferentes, para que no futuro formassem uma banda. Júnior diz que viu nesta banda que tinha mais dom para instrumentos de teclado, do que guitara, mas na época era muito difícil, porque não havia eletricidade e o ensaio era feito com a ajuda do “motor”. E só conseguiu ter um teclado que se coloca “Trilha”, e dali começou a praticar. Mas foi apenas na Cidade da Praia em 2015 que assumiu como teclista, porque na ilha do fogo era estudante no ensino secundário e não conseguia se dedicar muito e praticar. Logo em 2015 que “fundamos a banda, eu (Júnior) e o Michel, o Válter veio a entrar mais tarde. Fiz até uma licenciatura (Tradução e Interculturalidade), mas a música falou mais alto por isso segui o caminho da música. E tenho um projeto, um “Home Studius” JOTTA BITS, que já gravei várias músicas e por isso a minha vida tem estado a ser basicamente música” rematou o músico.
Michel Andrade, conta que depois de todo o tempo que passou a aprender a tocar o violão junto com o Júnior, e logo após a viagem do mesmo para a Cidade da Praia, ficou na Ilha do Fogo por dois anos, e neste período teve a oportunidade de participar em bandas como guitarrista.
No fim de 2014, início de 2015, viajou para a Cidade da Praia (Ilha de Santiago), teve contacto com alguns músicos e começou a tocar em vários lugares até fundar a banda. Michel teve o despertar pela música muito cedo por causa dos familiares que também tocavam e deste criança tinha o dom para a música.