O presidente da UCID e vereador eleito nas autárquicas de 25 de outubro em São Vicente, António Monteiro, acusou nesta quinta-feira, 10 de dezembro, o presidente da câmara, Augusto Neves, de ditadura na distribuição dos pelouros.
A acusação foi feita à frente da Câmara Municipal de São Vicente (CMSV), numa conferência de imprensa que deveria ter decorrido dentro do edifício. No entanto, disse ter sido “impedido de entrar” por agentes da Polícia Nacional, que estavam na câmara com a justificativa de que “não lhes informaram sobre a realização da conferência”.
O dirigente disse que o edil da CMSV iniciou a sessão “extremamente mal”, porque começou a “impor e a violar os poderes democráticos de um órgão colegial”.
“Começamos os problemas logo na aprovação da ordem do dia, porque entendemos que deveríamos introduzir um aspecto importante no 4.º ponto em termos de informação, para nós conhecermos a realidade em termos de obras que estão a decorrer neste momento, porque temos várias reclamações dos munícipes sobre determinadas obras”, declarou.
Monteiro acrescentou que “o presidente da câmara rejeitou liminarmente a proposta”.
“Ele disse-nos que não poderíamos aceitar porque tínhamos cinco dias antes para introduzir este ponto. Como é que nós poderíamos introduzir este ponto num programa que recebemos na segunda-feira e nem sequer tem 72 horas”, perguntou.
O partido no poder votou então contra a ordem do dia. Já os vereadores do PAICV abstiveram-se e o MpD, partido no poder e do presidente da câmara, Augusto Neves, votou a favor.
Também de acordo com António Monteiro, o presidente da CMSV decidiu pôr à votação o ponto sobre a distribuição de pelouros sem que tivessem discutido as propostas caso a caso. O político considera que se tratou de uma ditadura pura que “faz inveja ao Mussolini”, antigo primeiro-ministro da Itália, e “ao Stalin”, ex-governador da União Soviética.
“A reunião, nas palavras do presidente, ficou suspensa”, esperando a UCID que o edil “tome um pouco de tino e que convoque outra reunião para resolver esta questão”.