A UCID considera que as “medidas para minimizar o impacto do preço da eletricidade são insuficientes”. Para o partido da oposição, o Governo deveria ter ido mais longe no quadro dessas medidas anunciadas.
Recorde-se que a subida do preço da eletricidade no país vai entrar em vigor a partir de 01 de outubro. O Governo anunciou esta semana a redução do Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA), que iria passar de 15% para 8%.
Já a tarifa social de energia passa de 30% para 50% e haverá a majoração dos custos de eletricidade e água para as empresas, no quadro de um pacote de medidas para fazer face ao aumento do preço da eletricidade.
No entanto, a UCID lembrou durante uma conferência de imprensa realizada nesta quarta-feira, 22 de setembro, que Cabo Verde não se encontra “numa situação normal”. O líder da formação política, António Monteiro, referiu-se assim à atual crise causada pela pandemia da Covid-19.
“Consideramos que não estamos numa situação normal, o aumento é exageradíssimo e o Governo deveria ir um pouco mais além. O Executivo deveria assumir mesmo o corte de IVA no custo de killowatt hora e no metro cúbico de água, anunciar leilões para injeção de energia renovável na rede, para podermos baixar o custo do kwh, e também preparar um projeto para levar à Assembleia Nacional para o saneamento financeiro da própria empresa, que tem um passivo superior a 11 milhões de contos [mais de 9 milhões de euros]”, defendeu.
O dirigente alertou para a situação financeira das famílias, já que muitas delas não terão condições para suportar as novas tarifas estipuladas pela agência reguladora. “Isto vai fazer com que haja mais roubos de energia, infelizmente muitas pessoas não conseguirão pagar as suas contas e depois do corte vão procurar fazer os chamados gatos para poderem ter energia. Vamos ter uma situação anómala e essa situação poderá prejudicar a Electra muito mais do que se tivesse o custo razoável que permitiria aos cidadãos pagarem o valor sem muita preocupação”, concluiu.