A líder da bancada municipal da União Cabo-verdiana Independente e Democrática (UCID), Isidora Santos, classificou de “insólito e vergonhoso” o facto de o Tribunal de Contas ter, alegadamente, devolvido à Câmara de São Vicente as contas de gerência de 2017 e 2018.
A crítica foi feita na quarta-feira, 17 de junho, durante uma conferência de imprensa para a antevisão da posição que os deputados do partido da oposição irão assumir na sessão da Assembleia Municipal de São Vicente, marcada para esta quinta-feira.
Segundo a dirigente, a sua bancada “exige a atuação das autoridades competentes” para se esclarecer “o imbróglio”, tendo acrescentado que “a falta de transparência” nas contas municipais “é evidente”, a começar pela alteração de números em contas de gerência já apresentadas, para além de outras “discrepâncias”.
“Por exemplo, na conta de 2018 o valor arrecadado de receitas correntes era de 695.242.477 escudos [6.305.200 euros], enquanto na conta de 2019 o valor indicado relativamente ao ano de 2018 é de 654.284.165 escudos [5.933.740 euros]”, acusou, frisando que se trata de uma “diferença significativa” entre os dois números.
A UCID criticou inda a câmara liderada por Augusto Neves de agregar “valores elevadíssimos” na rubrica ‘Outras Despesas’, “sem que haja uma discriminação pormenorizada” dos gastos.