Cabo Verde: UCID critica ausência de relação direta entre crescimento e desenvolvimento do país

A UCID afirmou, em declaração política enviada ao e-Global, que Cabo Verde tem vindo a ter, nos últimos três anos de governação do MpD, um crescimento económico médio “à volta dos 4,5% do PIB [Produto Interno Bruto]”.

Para o partido da oposição, esta percentagem deveria ser positiva, “tendo em conta os números dos anos anteriores da Governação do PAICV”. No entanto, o facto de não haver “uma relação direta entre o crescimento verificado e o desenvolvimento ambicionado pelo Povo” faz com que a UCID questione “sobre o verdadeiro significado do crescimento económico verificado nos últimos três anos”.

De acordo com a formação política, estes valores não se refletem no que diz respeito a “criar empregos, melhorar a vida dos Cidadãos, melhorar a qualidade da saúde, aumentar o número de jovens nas Universidades, permitir aos Cidadãos assumirem as suas responsabilidades, permitir ao próprio Estado, também, assumir as suas responsabilidades básicas sem que para isso tenha as mãos estendidas para apoios financeiros vindos do exterior”, entre outras situações.

“O mais importante aqui, e esta é a essência da nossa declaração política, é saber se as medidas de políticas tomadas pelo Governo do MpD estão ou não suficientemente amadurecidas para se poder responder afirmativamente as exigências de toda a sociedade cível Cabo-verdiana”, pode ainda ler-se.

“Precisamos saber se a estrutura em que se baseia esta política é suficientemente flexível para em casos de calamidades naturais, encontre outros eixos de desenvolvimento, capazes de manter e fazer crescer ainda mais o emprego nas Ilhas. Para isso, a visão do Governo deveria ser suficientemente astuta para que outros setores da nossa economia possam em caso de quebra de um setor importante como é o da Agricultura poder suster esta mesma queda”, indica o mesmo documento, onde é referido o problema da seca no país.

A UCID relembra que tem apontado, várias vezes, soluções para os problemas existentes em Cabo Verde, declarando que “não entende as razões que levam o Governo a fazer tábua rasa destas mesmas soluções, quando se sabe que em outras paragens do globo estas foram utilizadas e com sucesso”.

Um dos caminhos apontados pelo partido para ultrapassar os obstáculos é a industrialização do país. “Definir claramente que política neste sector e consequentemente trabalhar no sentido de mobilizar todos os recursos necessários para o efeito”, de forma a “trazer as valências que faltam à nossa economia para que ela seja capaz de crescer muito mais e transformar o crescimento económico em desenvolvimento económico sustentável”, acrescenta, alertando que é preciso agir o mais brevemente possível para “recuperar o tempo perdido”.

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