O líder da UCID classificou a detenção do advogado e ex-procurador da República Amadeu Oliveira de “vergonha nacional”. António Monteiro apelou para que a mesma fosse suspensa o mais depressa possível, para bem da tranquilidade e da paz social.
Em conferência de imprensa na cidade da Praia para reagir ao acto de detenção que presenciou e filmou, o dirigente sublinhou que houve um “exagero e um abuso de poder”, não por parte dos agentes policiais que cumpriram a sua missão, mas da parte do tribunal que mandou deter o advogado como se de um alto criminoso se tratasse.
“Nós estamos a falar de um advogado que conhece bem a lei, um ex-procurador da República, um grande advogado, um homem que luta por uma justiça transparente. Pode até exagerar na sua forma de falar e de agir, mas aqui o essencial é o que está por detrás dessas situações”, observou.
Amadeu Oliveira foi detido pela Polícia Nacional através da Direcção Central de Investigação Criminal no final da tarde de sábado, 20 de fevereiro, na cidade da Praia. Isto porque é acusado pelo Ministério Público de 14 crimes de ofensa e injúria contra os juízes do Supremo Tribunal de Justiça, Benfeito Mosso Ramos e Fátima Coronel, a quem vem apelidando de “gatunos, falsificadores e aldrabãozecos”.
Também o PP já manifestou apoio ao advogado. Depois de se ter reunido neste domingo, dia 22, em sessão extraordinária, manifestou em comunicado o seu apoio ao também ex-Procurador da República.
A formação política realçou o facto de o visado ter lutado sempre contra a “não justiça em Cabo Verde”, considerando esta uma luta de “todos os cabo-verdianos” face aos contornos e aos desafios colocados à justiça.