O presidente da UCID, António Monteiro, partilhou que estranhava o facto de o Governo apresentado pelo primeiro-ministro cabo-verdiano, Ulisses Correia e Silva, ser “muito extenso”.
Isto porque, explicou o dirigente, esse aumento vai implicar “muitos custos adicionais num momento em que os mesmos deveriam ser reduzidos”. A subida da despesa já foi reconhecida por Correia e Silva ao apresentar a composição do novo Governo.
“Consideramos que, estando num estado da pandemia, que tem a ver com a Covid-19 e que arrasta uma outra que é a económica, o primeiro-ministro deveria pensar num Governo mais enxuto, à semelhança daquilo que nos deu no início do mandato de 2016”, defendeu.
Assim, Monteiro lamenta que o novo governo anunciado tenha quase o dobro daquilo que tinha sido no início de 2016. O dirigente realçou o facto de cada membro do Governo ter um staff que lhe permitirá trabalhar, o que “vai custar muito ao país, porque é mais um condutor, mais um carro, mais um diretor de gabinete e é mais um pessoal do staff”.
“Não obstante a crítica que fazemos de forma forte, reconhecemos que o primeiro-ministro tem o direito de formar o Governo que entender ser melhor para garantir aos cidadãos cabo-verdianos as condições de vida melhores do que tem sido até hoje”, concluiu.
No entanto, deixou claro que “ter um número maior de governantes não é sinónimo de eficácia governamental”, sendo ainda da opinião de que a criação de alguns postos serve para “saldar alguns compromissos da campanha eleitoral”.