O embaixador dos Estados Unidos da América (EUA) em Cabo Verde, Jeff Daigle, realçou nesta segunda-feira, 25 de outubro, a independência do poder judicial do arquipélago africano quanto à extradição do empresário colombiano Alex Saab para os EUA.
“As autoridades governamentais cabo-verdianas deixaram o processo judicial andar. Foi um processo judicial completamente independente, o Governo nunca interferiu, seguiu o curso nos tribunais e penso que é um fantástico exemplo não só para a região, mas para todo mundo sobre como o poder judicial independente funciona”, declarou à “Lusa” na cidade da Praia, capital cabo-verdiana.
De acordo com o Daigle, verificou-se uma campanha de desinformação durante o processo ligado ao alegado testa de ferro do Presidente venezuelano, Nicolás Maduro. Isto porque, segundo disse, o objetivo era alterar a opinião pública e assim influenciar o processo judicial, além de afetar a reputação internacional de Cabo Verde.
“Obviamente que toda essa desinformação não funcionou, foi tudo falso, e penso que a reputação internacional de Cabo Verde ficou mais forte, por mostrar o quão independente é o poder judicial no país e de como o Governo não responde a más pressões”, concluiu.
Já na semana passada a Embaixada dos EUA em Cabo Verde emitiu uma nota onde reiterou que a extradição de Saab “foi conduzida em total conformidade com a lei cabo-verdiana e com decisões judiciais”, e que a mesma se tratava do “culminar de um processo judicial muito complexo e moroso, envolvendo vários recursos que chegaram agora ao seu termo”.
Segundo fontes da aviação civil de Cabo Verde, um avião ao serviço do Departamento de Justiça norte-americano partiu da ilha do Sal a 16 de outubro, onde Saab estava detido desde junho de 2020, com destino aos EUA. O arguido está a ser julgado nos EUA por sete acusações de lavagem de capitais e uma de conspiração.