Mais de metade da população de Cabo Verde e de São Tomé e Príncipe considera emigrar, de acordo com um estudo divulgado pela Afrobarometer, que conclui que mais de um terço dos africanos pensa deixar o seu país.
Esta pesquisa foi elaborada em 34 países, incluindo os lusófonos Cabo Verde, São Tomé e Príncipe e Moçambique, tendo concluído que mais de um em cada três africanos (37%) considerou a emigração como perspetiva de futuro, incluindo 18% de inquiridos, que afirmam considerar frequentemente esta opção.
Em resposta à questão “Com que frequência pensa em mudar-se para outro país para viver”, a maioria dos cidadãos de Cabo Verde (57%), São Tomé e Príncipe (54%), Serra Leoa (57%), Gâmbia (56%) e Togo (54%) respondeu pensar frequentemente ou pelo menos algumas vezes.
O motivo principal pelo qual existe esta ponderação deve-se à procura de trabalho (44%), seguindo-se a necessidade de fugir à pobreza (29%). Apenas 2% dos que pensam em emigrar apontaram a procura de segurança, democracia e liberdade como razões para deixar o país onde vivem.
Entre aqueles que já consideraram emigrar, em média um em cada dez – cerca de 3% da população total – afirmaram estar atualmente a fazer preparativos para se mudar, com as maiores proporções a registarem-se no Zimbabué e no Lesoto.
Os potenciais emigrantes são mais numerosos entre os homens (40%) e residentes nos meios urbanos do que entre as mulheres (33%) e os que vivem em meio rural (32%), enquanto o pensamento de mudança para o estrangeiro é semelhante entre os indivíduos que têm situações económicas estáveis e os mais pobres.
São os jovens adultos e com educação superior que mais consideram deixar os respetivos países, com cerca de metade de cada grupo a afirmar ter pensado pelo menos “um pouco” na opção da emigração.
A nível de destinos, mais de um terço dos potenciais migrantes afirmou que pretende mudar-se para outro país na sua região (29%) ou em outra região de África (7%). A preferência por permanecer no continente africano é particularmente forte entre os naturais do sul de África (58%) e mais fraca na região do norte de África. A Europa (27%) e a América do Norte (22%) são os destinos mais populares fora do continente africano.