O bastonário da Ordem dos Advogados da Guiné-Bissau, Basílio Sanca, disse, esta terça-feira, 27 de junho, à margem do encerramento do curso de formação para o ingresso na Ordem, que o índice de corrupção está muito elevado na administração pública guineense, e manifestou a disponibilidade dos advogados para combater a corrupção no país.
“Estamos interessados a combater a corrupção, porque o papel do advogado, por razão da ética, é combater a corrupção. O país neste momento enfrenta problemas graves ao nível da disciplina administrativa. O índice de corrupção está muito elevado. Portanto, nós, na qualidade de operadores de direito, devemos estar interessados em combater a corrupção ao lado dos órgãos do estado” disse o bastonário.
“Nós, os advogados, apesar de umas vezes estarmos na defesa, outras vezes no ataque, queremos pautar por uma justiça limpa sem a corrupção”, sublinhou Basílio Sanca.
Para a transparência da justiça, o bastonário da Ordem dos Advogados defendeu que o sistema da gravação de atos de justiça deve ser implementado nos tribunais.
“Eu acho que o sistema de gravação deve ser implementado nos tribunais, desde o primeiro ato, porque nós, neste momento, temos um problema em relação às audições na Polícia Judiciária e no Ministério Público, que não são gravadas” disse Basilio Sanca que considera que é uma situação que “de certa forma dificulta a defesa do advogado nas fases seguintes, porque às vezes as pessoas são submetidas à audição em condições muito difíceis” sendo assim “necessário que a transparência da justiça comece nos órgãos que intervêm logo no primeiro minuto” defendeu o bastonário.
Basílio Sanca apelou ainda ao governo para investir na Justiça sobretudo, na formação contínua dos agentes da Polícia Judiciária e dos magistrados do Ministério Público.
Dados da Ordem dos Advogados da Guiné-Bissau indicam que a Guiné-Bissau conta atualmente com mais de 350 advogados e estagiários.
Tiago Seide