O Presidente da República Sissoco Embaló disse esta quarta-feira 30 de Dezembro que os seus primeiros 365 dias como Chefe de Estado foram suficientes para restaurar a diplomacia guineense e combater a corrupção.
Num encontro com os jornalistas sobre o balanço do primeiro ano de mandato, Umaro Sissoco Embaló elencou às conquistas na esfera diplomática destacando a abertura de embaixadas em diferentes países, com promessa de estes países abrirem reapresentações diplomáticas na Guiné-Bissau, caso contrário encerrará as representações nesses países.
O chefe de Estado destacou também o combate à corrupção e vincou que neste momento a Polícia Judiciária tem sido implacável no combate ao crime organizado. Referiu também que futuramente as candidaturas a deputados terão de ser aprovadas pelo Ministério Público, de forma a evitar que o país tenha deputados, ministros e até Presidentes de Repúblicas “bandidos”.
Sobre Aristides Gomes, Sissoco Embaló disse que se o antigo primeiro-ministro “tem problemas com a justiça, que resolva. Agora, pensar que ele é especial, comigo não. Todos nós somos iguais perante a lei”, defendeu, e aproveitou para sublinhar que não irá permitir a perseguição política.
Confiante de ter levado a cabo muitas mudanças na política externa da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló destacou o facto de o país ter deixado de ter representantes de Secretário-geral da ONU, que para o presidente era uma forma de demonstrar a instabilidade no país. De igual modo, fez referência ao fim da missão do ECOMIB. “Estavam aqui para nos ajudar. Mas com a minha chegada à Presidência isso mudou. Doravante, e para o próximo ano, nós é que vamos ajudar os outros”, garantiu Umaro Sissoco Embaló.
Qualificando as suas mudanças como um sucesso, Umaro Sissoco Embaló disse que tudo foi possível graças a uma liderança forte. “Nós tentamos sempre andar com os nossos pés. Tivemos percalços, mas agora isso mudou. Em Janeiro, por exemplo, a Guiné-Bissau terá um Representante da CEDEAO num dos 15 países da organização. É sucesso da nossa aposta diplomática. O país vai ter o segundo vice-presidente do BOAD. Isso demonstra que, um ano de Umaro Sissoco Embaló como PR mudou. Mas vejam que os louros não serão meus apenas, mas sim da Guiné-Bissau”, disse.
Sobre Domingos Simões Pereira, Umaro Sissoco Embaló confirmou que tem conhecimento que os mandados de captura são válidos. Inicialmente disse que o mandado foi validado, porque existem indícios fortes e que não falou com o PGR sobre essa matéria. Assegurou que não vai interferir na justiça, mas ela será para todos. “Os dois cidadãos, (Domingos Simões Pereira e Aristides Gomes) se sentirem lesados podem ir queixar na justiça”, frisou, para rematar que não tem nada com o referido processo.
Sobre as infra-estruturas revelou que em breve vai iniciar a dragagem do Porto de Bissau e lamentou o Porto de Buba não ter avançado devido à pandemia que travou o avanço das obras. Em relação ao Aeroporto, explicou que uma empresa multinacional turca Summa vai reabilitar o aeroporto Osvaldo Vieira. Sissoco Embaló acredita que a obra poderá iniciar nos próximos seis meses e mostrou-se confiante na capacidade da referida empresa que afirma a conhecer bem.
Em relação à nova Constituição da República, e sobre a qual prefere, Umaro Sissoco disse que a nova Constituição “tem tudo separado. Tem poderes reforçados do PR, e ele pode actuar tanto contra o Governo como Tribunais. Esta Constituição está bem, embora tenha sido mal explicada à Comunidade Internacional. E foi a Comunidade Internacional que desautorizou toda a gente. Fizeram o PR voltar atrás com um Decreto. Ninguém pode fazer isso comigo. Na minha campanha disse que se vencesse UNIOGBIS e ECOMIB vão sair. Pergunto, saíram ou não?”, vincou o presidente destacando que é “um nacionalista”.