O antigo vice chefe do Estado-maior General das Forças Armadas (EMGFA) da Guiné-Bissau, Coronel Afonso Té, garantiu esta semana na que não introduziu armas na Guiné Conacri com vista a um golpe de Estado, assim como desmentiu que tivesse sido detido.
A reacção do Coronel Afonso Té acontece pouco depois de alguns militares serem supostamente detidos por pretenderem levar a cabo uma “acção de destabilização”. No entanto, a identidade dos detidos e as unidades a que pertencem, não foram tornados públicos, mas fontes militares confirmam as detenções e avançam que “quase todos” os quartéis do país estão de prevenção.
Na conferência de imprensa promovida dia 17 de Agosto, Afonso Té vincou que desconhecia a origem da informação, em como teria sido detido pelas autoridades da Guiné Conacri. “Para além de não ser detido, não fui notificado sobre nada. Nem pelas forças de segurança e muito menos pelas autoridades judiciais”, insistiu Afonso Té que precisou que quando corria o rumor de que tinha sido detido, estava em Ziguinchor, na Casamansa, sul do Senegal.
“Mas penso que é fácil [apurar a verdade]. Se fui detido, existem rastos. Se fui chamado pelas autoridades judiciais, também existem rastos. Que os autores dessas informações apresentem os factos”, disse o antigo vice-Chefe do EMGFA.
Sem citar nomes, Afonso Té denunciou uma “campanha sincronizada” em que estão envolvidos alguns elementos do actual Governo. “Não interessa citar os nomes. Penso que os autores [dos rumores] deviam vir a público. Mas está claro que nessa campanha estão pessoas do actual Governo”, disse.
Afonso Té deixou as Forças Armadas da Guiné-Bissau há 22 anos, depois de permanecer na ala dos militares derrotados na guerra de 7 de Junho. Enquanto vice-Chefe do EMGFA, Afonso Té mantivera-se leal às forças que permaneceram ao lado do Governo durante os 11 meses de guerra civil. Posteriormente dedicou-se à vida empresarial e entrou na política com o Partido Republicano da Independência e Desenvolvimento (PRID) no qual é o presidente.
Os rumores que envolvem Afonso Té surgem quando o antigo vice-Chefe do EMGFA é apontado como o próximo ministro da Defesa, numa dança de cadeiras que poderá culminar com a expectável passagem à reforma de Biagué Na Ntan.