Esta segunda-feira, 9 de Agosto, durante uma homenagem promovida pelos quadros do Movimento para a Alternância Democrática (MADEM) para assinalarem o aniversário do Coordenador do partido, comemorado a 3 de Agosto, Braima Camará lembrou que o MADEM foi criado para promover os valores da democracia, paz e liberdade, pelo que jamais compactuaria com qualquer ditadura.
Braima Camará vincou que nas relações com todos os presidentes com os quais trabalhou sempre deu a sua opinião, e que jamais aceitaria ser um “yes man”.
Fazendo alusão à data do seu aniversário, Braima Camará lembrou que nasceu no dia da liberdade do homem guineense (3 de Agosto) e quando os homens “disseram não” a tudo que não é bom, incluindo a ditadura, e ele enquanto continuador dessas obras vai continuar a luta.
“A minha vida tem sido de reflexão, mas sem quadros, posso afirmar que não sou ninguém. Esse vosso gesto é uma prisão de luta para mim. Vou continuar a pensar, a lutar e a promover união, porque o meu desejo é a paz, estabilidade e entendimento. Quero a verdadeira democracia e quero que os quadros compreendam que a minha vida é sempre estar ao lado de projectos e de ideias. Ao lado dos injustiçados e dos sem voz. Como político, estou a vossa disposição para ser orientado”, referiu.
Camará disse que o partido cresceu e tornou-se num projecto transversal, por isso não podem recuar nessa luta, muito menos ceder. “Dizia-se que, a revolução mata os revolucionários. Todo o revolucionário não chega ao fim da revolução. Isso faz parte do passado. Hoje estamos num mundo contemporâneo, um mundo de democracia. Sou defensor desses valores sem cor. O povo não pode frustrar as suas expectativas à volta do nosso partido. Enquanto continuar a merecer confiança, não vamos reagir às provocações, calúnias e difamação, e jamais permitiremos ditadura, venha de onde vier”, reforçou Braima Camará.
Para o Coordenador do MADEM os guineenses não podem ser afrontados, nem ameaçados, porque não foi isso que o seu partido prometeu. “Se os quadros não me acompanharem na promoção dos valores democráticos e humanistas, lamento. Fico sozinho, mas não alinho com as ditaduras”, insistiu.
Considerando o aparecimento do MADEM como uma revolução histórica e a sua liderança uma oportunidade, o Coordenador do MADEM lembrou que prometeram acabar com todos os valores antidemocráticos. “Se temos oportunidade, não podemos mudar o nosso discurso, porque o povo nos deu oportunidade”.
Braima Camará garantiu que nunca discute com um Chefe de Estado. “Com Malam Bacai, vocês ouviram o seu discurso. Com o Mário Vaz, quando lhe dei a minha melhor opinião e ele não aceitou, afastei-me. E não me ouviram. Agora, o que posso garantir é que jamais serei um yes man”, disse.
Braima Camará prometeu que vai continuar a ponderar sobre a unidade interna no MADEM e juntar todos os guineenses. “Para mim falar do tribalismo é fraqueza, para não considerar ignorante. Quando eu começar a falar sobre isso, sou o maior ignorante”, defendeu, para alertar que o MADEM só poderá ser partido de sociedade quando acreditar nesses valores.
Afirmou ser democrata de gema e de convicção, pelo que jamais irá aceitar aqueles que atentam contra o Estado de Direito. Sem uma única vez pronunciar o nome do Presidente da República, Braima Camará assegurou que, a melhor direcção que todos os militantes têm é estar ao lado do partido de forma a prosseguir os valores anunciados na sua criação, e não ir atrás de figuras.