O ministro da Economia e Finanças, Suleimane Seidi, disse que “a dívida pública estima-se em cerca de 900 mil milhões de Francos CFA”, que correspondem entre 82 e 83% do Produto Interno Bruto (PIB) do país.
Durante uma conferência de imprensa, que decorreu esta quarta-feira (13.09), Suleimane Seidi adiantou que o Governo “encontrou as finanças públicas numa situação complicada” no que diz respeito às dívidas de médio e longo prazo.
“As dívidas contraídas de curto e médio prazo num valor que ascende a cerca de 478 mil milhões de Francos CFA. Somadas essas dívidas às de longo prazo, temos uma situação complicada que está à volta de 900 mil milhões de Francos CFA”, destacou o titular da pasta da Economia e Finanças da Guiné-Bissau.
Seidi explicou ainda que a dívida pública do país ultrapassa as normas exigidas a nível da comunidade que estabelece que não deve ascender os 70% do PIB.
“Não encontramos só essa disponibilidade de cerca de dez biliões de Francos CFA, mas também encontramos uma situação da tesouraria que até a 30 de Agosto do ano em curso, era caracterizada pela existência de descobertas junto dos bancos comerciais no valor de 4.1 biliões de Francos CFA, bem como uma dívida resultante da emissão de títulos a curto prazo de cerca de 116 mil milhões de Francos CFA, [e] uma outra dívida de médio prazo de cerca de 356 mil milhões de Francos CFA, totalizando 478 mil milhões de Francos CFA de dívidas de imediato”, disse Suleimane Seidi, que salientou que o total da dívida pública das ascende a cerca de 900 mil milhões Francos CFA.
Não obstante elevada dívida pública, o Governo anunciou a emissão de títulos do tesouro para cobrir os gastos feitos pelo governo liderado pelo ex primeiro-ministro Nuno Gomes Nabiam.
“Este Governo teve que pedir uma emissão excepcional fora do âmbito daquilo que foi programado em 2023, em cerca de 17 mil milhões de Francos CFA”, referiu. Apesar da situação económica delicada, o Governo “continuará a engajar-se com a situação das despesas correntes, desde salários, despesas do funcionamento, energia, alimentação, combustíveis e garantir o pagamento das dívidas contraídas pelo país que estão a vencer”, anunciou.
De acordo com o ministro “houve avaliação positiva” do Fundo Monetário Internacional (FMI), não obstante ter destacado o incumprimento de algumas metas estabelecidas.
“Em relação à segunda revisão, das oito metas quantitativas, houve o cumprimento de cinco e o incumprimento de três, mas em geral houve uma avaliação positiva do desempenho até Março”, anotou.