Guiné-Bissau: DSP após críticas desafia Sissoco a “dar uma chance à estabilidade”

GB DSP

O Presidente do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), Domingos Simões Pereira (DSP), cabeça de lista da Coligação da Aliança Inclusiva PAI Terra Ranka pediu ao chefe de estado guineense “ a dar uma chance à estabilidade”.

Na missiva de Domingos Simões Pereira dirigida ao Presidente da República Umaro Sissoco Embaló, de 23 de Maio, o líder dos “Libertadores” exige do chefe de Estado “o respeito por todos das regras de jogo estabelecidas na Constituição e nas demais Leis da República”.

“O desrespeito sistemático dessas regras é o caminho inevitável para a fragilização das instituições nacionais, a criação de crispações políticas desnecessárias e a ocorrência de riscos de instabilidade e de ameaça à paz social”, destacou DSP que acusou que sob magistratura de Sissoco Embaló “são evidentes as dificuldades na observância dos preceitos basilares da democracia, com as consequências que são sobejamente conhecidas”.

No mesmo documento lê-se que o PAIGC “sempre convocou a via pacífica e do diálogo, as autoridades nunca pararam e nem abrandaram as suas atrocidades contra o partido; enquanto alguns partidos e seus líderes recebiam extravagantes fundos compensatórios forjados e com grandes prejuízos para o erário público”.

“O PAIGC continuou a receber ameaças de extinção, perseguição, tentativa de impedimento de realização do Congresso, tentativa de exclusão das eleições legislativas, condicionamento no uso dos seus símbolos, tudo no sentido de prejudicar e dar vantagens aos ditos aliados do Presidente”, denunciou o líder dos “Libertadores”.

Simões Pereira lembrou ao chefe de Estado Sissoco Embaló o que qualifica de “atropelos à Constituição”, e considerou a “a dissolução” de “precipitada e sem fundamentos objectivamente plausíveis” da Assembleia Nacional Popular, mas também a “convocação de eleições sem o respeito das datas regulamentadas pela Constituição e pela Lei, um recenseamento eleitoral que contou com a exclusiva participação do Governo, e uma CNE caduca e irregular”.

“Dirijo-me a si em especial, Senhor Presidente da República, para lhe lembrar da sua obrigação de neutralidade e equidistância neste processo eleitoral, devendo assegurar a credibilidade do processo por via do não envolvimento indevido das forças da Defesa e Segurança e da criação de um clima favorável à livre expressão da vontade popular”, apelou.

DSP apelou ainda a Sissoco Embaló para que pare de “interferir na campanha eleitoral, nomeadamente através de declarações de apoio a uns partidos, de convocação explícita dos Guineenses a não votarem no PAI-Terra Ranka, ou de anúncios da intenção de não nomear fulano ou beltrano, caso o PAIGC, no quadro da sua Coligação, ganhe as eleições”.

“Nada poderá impedir que essa vontade do povo se realize. A soberania reside no povo e não em qualquer outra entidade” sublinhou Simões Pereira.

O líder dos “Libertadores” quer que o chefe de Estado “manifeste publicamente o seu respeito e a sua submissão à ordem constitucional e a sua disposição para aceitar e se conformar com os resultados eleitorais, contribuindo para a criação de um quadro de estabilidade e paz, e para o abrir de uma nova página a favor da Guiné-Bissau e de todos os Guineenses”.

Mamandin Indjai

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