Cerca de mês após o anúncio dos resultados definitivos das eleições legislativas, ainda não se formou o governo para XIª legislatura, porém, a composição da Mesa da Assembleia Nacional Popular já está constituída.
Respondendo indirectamente ao chefe de Estado guineense, Umaro Sissoco Embaló, que, quando na segunda-feira foi questionado pelos jornalistas sobre “a formação do novo Governo”, disse “não ter recebido nenhuma proposta por parte da Assembleia Nacional Popular (ANP) que indica a existência de uma nova maioria no hemiciclo guineense”, Domingos Simões Pereira (DSP), líder da Plataforma da Aliança Inclusiva [PAI – Terra Ranka] e Presidente do parlamento lamentou a forma de “recados” por via de comunicações públicas entre órgãos da soberania.
“É lamentável que se veja manter a prática de recados por via das comunicações públicas. Órgãos da soberania devem falar-se e coordenarem-se”, escreveu Domingos Simões Pereira esta quarta-feira, 2 de Agosto, na sua página nas redes sociais.
Segundo DSP o processo para a indigitação do Primeiro-Ministro e consequente formação do governo “é desencadeado pela publicação do resultado definitivo das legislativas, feita pela CNE no passado dia 15 de Junho (mesmo se anunciado com outra data). Desde então a plataforma PAI-Terra Ranka tem aguardado pelo convite que ainda não chegou”.
Na mesma publicação, DSP disse que “constituição da ANP foi abusivamente utilizada, ultrapassando os limites constitucionais. Mesmo assim, manteve-se a tolerância e a comunicação seguiu-se logo à eleição da mesa e à formação da Comissão Permanente”.
“Mais atrasos seriam muitíssimo graves, sobretudo perante incessantes actos de governação ao arrepio da vontade expressa pelo povo”, disse o líder do Parlamento guineense, almejando na sua publicação “que prevaleça o bom senso e a ponderação e se evitem soluções de recurso”.
“Estando no início da legislatura, e com o bom sinal dado na investidura dos deputados, eis o momento de todos se levantarem e chamarem as instâncias à razão. Alguém afirmou recentemente, que golpes não são só os militares, mas também os constitucionais e os institucionais, todos condenáveis”, vincou Simões Pereira.
Mamandin Indjai