O Partido de Renovação Social (PRS) está a título preventivo a tentar evitar os erros que cometeu no passado ao avançar para as eleições legislativas, sem indicar quem seria o seu candidato à Primeiro-ministro. Alberto Nambeia ao invocar questões pessoais para abdicar das funções estatutárias, o partido apressou-se para encontrar um candidato antes das legislativas de Dezembro de 2022. Nesta busca de candidato, o ex-secretário-geral do PRS Florentino Mendes Pereira, é o favorito do partido para ser candidato a cabeça de lista.
Depois de Alberto Nambeia ter cumprido um dos artigos dos Estatutos, ao renunciar a mais de 3 meses de antecedência das eleições, os militantes desdobraram-se agora em busca de quem irá liderar o partido nos próximos embates eleitorais. Florentino Mendes Pereira é o nome que acolhe o apoio da actual direcção, mas contra ele, está Dionísio Cabi, actual ministro dos Recursos Naturais. Outros nomes foram já afastados da corrida, tais como Orlando Viegas e Nicolau dos Santos, tornando-se Florentino Mendes Pereira como a figura supostamente consensual «.
Apesar de ter a Direcção ao seu lado, nem todos os altos dirigentes do PRS aprovaram a ideia. A direcção em exercício, sabendo dessa situação preferiu fazer o trabalho de casa para que o próximo Conselho Nacional seja apenas um espaço de legitimação de quem vai ser cabeça de lista do partido e neste caso, Florentino Mendes Pereira.
Dionísio Cabi é um pretendente à mesma função, como admitem os estatutos, mas existem outros altos dirigentes que até a data presente não aprovaram o nome e que têm recebido frequentes visitas da Direcção.
Um destes altos dirigentes é Carlitos Barai, neste momento, Secretário-geral do PRS. Este dirigente, que terá uma palavra decisiva neste processo, raramente apoia as posições de Florentino Mendes Pereira e terá neste caso uma oportunidade para cobrar o facto de o ex-secretário-geral não ter apoiado a candidatura de Nambeia no último Congresso. Aliás, Florentino Mendes Pereira foi também candidato e apenas conseguiu a quarta posição no último Congresso, com cerca de 80 votos num universo de mais de 700 votantes.
A Direcção cessante já debruçou sobre essa matéria considerando-a de “irrelevante”, porque a posição de Florentino Mendes Pereira foi apenas “a demonstração de ambição de um militante” e vontade de participar no exercício democrático interno.
Não obstante esta constatação, o que é realidade no PRS é que a direcção em exercício quer “resolver tudo” antes da chegada ao Conselho Nacional para evitar disputas. Daí que, a primeira estratégia é resolver Carlitos Barai para posteriormente orientar-se para Dionísio Cabi.
Cabi tem sido intransigente com a Direcção de Alberto Nambeia e manifestou a sua revolta quando há quatro meses este delegou poderes de direcção a Fernando Dias.
Florentino Mendes Pereira ainda não reagiu, mas e-Global sabe que está receptivo, uma vez que foi um desafio que manifestou abraçar há anos, mas que nunca lhe foi proporcionado pela Direcção de Alberto Nambeia.