O Governo guineense recordou um ano após a suposta “tentativa de subversão da ordem constitucional” de 1 de Fevereiro de 2022.
Através de comunicado tornado público está quarta-feira (1.2), o Executivo disse que o acto foi hediondo, e considerou que foi perpetrado “por um grupo de terrorista”.
“Um grupo terrorista, fortemente armado, tentou tomar de assalto o Palácio do Governo, com o claro propósito de decapitação do Estado, assassinando o Senhor Presidente da República, o Senhor Primeiro-Ministro e todos os membros do Governo então reunidos em Conselho de Ministros”, escreve.
Para o Governo “tratou-se um acto hediondo, com consequências gravíssimas, preparado e perpetrado por um grupo de homens que se incomoda com o progresso e transformação que o país está a conhecer, que atenta seriamente contra à democracia, a ordem constitucional e a mudança em curso”.
O Governo da Guiné-Bissau evocou ainda “memória das vítimas” daquilo que considerou de um “bárbaro atentado”, manifestando a sua solidariedade para com as famílias dos “jovens patriotas tombados na defesa da democracia e da pátria”.
“As autoridades da Guiné-Bissau vêm assegurar a todos os cidadãos que continuarão firmemente empenhadas na senda da construção de um país novo, de um novo futuro de paz, prosperidade e continuo progresso”, lê-se ainda no comunicado, exortando também as Forças de Defesa e Segurança a prosseguirem “na defesa das conquistas democráticas do nosso povo”.
Liga exige libertação de suspeitos sem provas
Entretanto, a Liga Guineense dos Direitos Humanos (LGDH) exigiu, por seu lado, ao Estado da Guiné-Bissau, o “cumprimento escrupuloso das decisões judiciais” sobre a libertação dos presos acusados de terem participado numa tentativa de golpe de estado ocorrida a 1 de Fevereiro de 2022.
A posição da Liga foi em Conferência de Imprensa pelo seu presidente, Augusto Mário da Silva, na qual disse que “em nenhuma circunstância a violência é solução para qualquer problema”.
“Condenamos esse acto e exigimos as autoridades judiciais um esclarecimento cabal das circunstâncias em que o caso 1 de Fevereiro ocorreu. Os cidadãos guineenses precisam saber o que, efectivamente, se passou, quem são os responsáveis, e que essas pessoas sejam responsabilizadas”, precisou Mário da Silva.
Para o Presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos “houve decisões judiciais para as solturas [dos militares detidos]”, mas, até o momento, o referido mandado de soltura não foi cumprido e que essas pessoas continuam em situação de sequestro”.
“Exigimos que a justiça seja feita, os que não têm a responsabilidade e que a justiça já apurou que, efectivamente, não existem factos, não existem elementos comprobatórios que possam conduzir a sua responsabilização, que sejam postos em liberdade”, concluiu o Presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos.