Guiné-Bissau: Idrissa Djalo acusa o Presidente de pertencer a uma “associação criminosa da política”

O Presidente do Partido da Unidade Nacional (PUN) acusou alguns políticos de “sequestrarem o Estado guineense”, provocando a instabilidade política na Guiné-Bissau.

Em conferência de imprensa, esta segunda-feira 13 de Maio, Idrissa Djalo acusou ainda o Presidente da República, José Mário Vaz, de pertencer a uma “associação criminosa da política” que sequestrou o Estado guineense.

“É essa associação criminosa que defendeu o dinheiro do FUNPI no parlamento. Jomav tomou indevidamente os 12 milhões de dólares que Angola ofereceu a Guiné-Bissau para apoio orçamental. A ligação do Presidente da República com essa gente tem a ver com o dinheiro sujo, dinheiro roubado no cofre de Estado, arroz desviado, tráfico de drogas. Essa gente não tem princípio nem moral” disse, acusando ainda o Presidente da República e alguns políticos de participarem “nos crimes contra o Estado guineense, criando as constantes instabilidades políticas”.

Por outro lado, Idrissa Djalo disse a questão da comercialização da castanha de caju deveria ser “uma emergência nacional” por parte do governo, devido ao mau preço que está a ser praticado no terreno, e, para salvar a presente campanha, Idrissa Djalo defende que o Presidente da República deveria nomear um novo primeiro-ministro e consequentemente novo governo.

“Os camponeses estão aflitos. A castanha não está a ser comprada a um bom preço. E isso justifica que devemos ter um governo, capaz de reduzir as taxas e impostos, assim como remover as barreiras que possam dificultar o sucesso da campanha de caju” disse, sublinhando que caju é o elemento estabilizador da situação política no país.

“A actual situação política não encoraja os investidores a comprarem a castanha de caju, sob pena de perderem o seu dinheiro, devido aos sinais de confrontos violentos que poderão advir, se a situação mantiver. Os argumentos apresentados por JOMAV para não nomear o primeiro-ministro são falaciosos e sem nexo. Não há crise no parlamento” disse Idrissa Djalo, acusando o chefe de Estado de estar a “criar caos para fugir da justiça”, depois do fim do seu mandato, por ter supostamente desviado os 12 milhões de dólares que Angola ofereceu a Guiné-Bissau para apoio orçamental.

O Presidente do PUN desafia ainda o MADEM-G15 e o PRS a posicionarem-se claramente sobre o funcionamento da democracia no país e a assumirem, publicamente, que as eleições são a única via para chegar ao poder no país, esperando que o MADEM- G15 e o PRS, sendo partidos democráticos, se desassociem de actos que não abonam em nada a democracia e os interesses nacionais.

Na mesma comunicação, Idrissa Djalo acusou o coordenador do MADEM-G15 de “controlar o Presidente da República como uma marioneta”, sublinhando que, politicamente, a maioria parlamentar nunca vai votar a candidatura de Braima Camará para ocupar as funções do segundo vice-presidente da ANP, justificando, por outro lado, que aceitar Braima Camará é entregar-lhe a “chave de governação”.

Tiago Seide

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