Guiné-Bissau: Nabian ignora explicações de Sissoco e quer investigação externa

Nuno Nabiam

O Primeiro-ministro da Guiné-Bissau ignorou as explicações do Presidente e pediu um inquérito internacional para apurar a proveniência da aeronave retida em Bissau cuja a carga ainda é desconhecida desconhecida e está já a alimentar vários rumores.

Numa nota datada de 12 de Novembro, o Gabinete do Primeiro-ministro (PM) Nuno Gomes Nabian, refere que a investigação será levada a cabo por uma entidade externa, sobre o avião suspeito, e essa será responsável de analisar todas as circunstâncias suspeitas envolvendo a aeronave.

O Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló afirmara que sabia da proveniência do avião e que os donos, cujos nomes não revelou, são muito sérios. Na mesma ocasião, em que assumia ter conhecimento da vinda do aparelho, o Presidente da República disse que ninguém era capaz de impedir o mesmo de levantar o voo, bastava o chefe de Estado querer.

No entanto, por determinação do Primeiro-Ministro, o avião não pode sair do país enquanto não forem esclarecidas as circunstâncias da sua aterragem na Guiné-Bissau.

Na nota o Gabinete do PM informa que a entidade externa, que será responsável pelas investigações, colocará à disposição da Guiné-Bissau tecnologia especializada e capacidades para conduzir uma investigação independente, isenta e exaustiva e identificará as acções e intervenções a implementar para proteger no imediato e futuramente os interesses do país e da sua população, lê-se no documento.

“A Guiné-Bissau está comprometida no permanente e concertado desenvolvimento de esforços para garantir a segurança e bem-estar do seu povo. Estancar o fluxo de passagem e transbordo de bens ilícitos especialmente armamentos ilegais e drogas pela região de África Ocidental é um objectivo de altíssima prioridade do Governo da Guiné-Bissau. Como parte dos esforços em curso, o Gabinete do Primeiro-ministro, solicitou o apoio da Comunidade Internacional na prossecução desse objectivo, através de disponibilização de assistêncioa e suporte”, lê-se no último parágrafo da nota do Gabinete do PM, assinado pelo seu Director.

A postura do Gabinete do PM foi interpretada como um desafio à posição de Umaro Sissoco Embaló que, no dia em que pronunciou sobre a aeronave arrolou os ministros da Defesa e o do Interior, como pessoas que têm conhecimento da vinda do aparelho.

Na ocasião Umaro Sissoco Embaló afirmara igualmente, alimentando o confronto com o PM, que o poderia demitir das funções, porque não ganhara as eleições e que não poderia arriscar a ter problemas com o chefe do Governo.

Após este braço de ferro entre Umaro Sissoco Embaló e Nuno Nabian, não passou despercebido esta terça-feira 16 de Novembro, na Celebração do 56º aniversário da criação das Forças Armadas, na presença dos presidente do Senegal e Libéria, o chefe de Estado guineense não ter cumprimentado o Primeiro-ministro.

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