Nuno Nabian, Primeiro-ministro da Guiné-Bissau, foi reeleito no segundo Congresso Ordinário do partido, que decorreu de 25 a 26 de Junho em Bissau, presidente da Assembleia do Povo Unido – Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDGB).
No congresso em que não contou com os elementos do presidium do partido até 2019, Nuno Nabian disse que o partido está bem e pronto para enfrentar próximas eleições. A reeleição de Nuno Nabian ficou marcada por uma polémica entre Nabian e o PAIGC, devido ao discurso proferido na abertura e à abertura para uma aliança com o Partido de Renovação Social (PRS).
Fazendo alusão ao PAIGC, Nuno Nabian explicou aos Congressistas o que esteve na origem da ruptura da coligação que surgiu após as eleições legislativas de 2019. Segundo Nabian a APU foi traída pelo PAIGC, porque no Governo aos seus membros não era permitido, nas suas pastas ministeriais, nomearem os seus militantes e que, na parte final, os Libertadores “sequestraram os seus quatro deputados”.
O PAIGC reagiu, e qualificou de falsas as explicações sobre uma suposta traição e salientou que Nuno Nabian nunca esclareceu os militantes e dirigentes do seu partido sobre os verdadeiros motivos do abandono do Acordo parlamentar assinado entre as duas formações políticas.
Em conferência de imprensa, um dia depois da consagração de Nuno Nabian como presidente, Muniro Conté, porta-voz do PAIGC defendeu que o presidente da APU deveria pedir desculpas aos militantes do seu partido, porque entrou numa aliança em que está reduzido à insignificância. “Com o PAIGC, a APU tinha seis pastas relevantes. Na actual coligação, tem uma e um Primeiro-ministro de corta fitas. Nunca Nuno Nabian viajou para assinar algum acordo e nem aparece nas cerimónias que deveria presidir”, destacou Muniro Conté.
O PAIGC não reconhece à APU qualquer razão neste processo tendo em conta que, Nuno Nabian, segundo aquela formação política, há muito que decidiu aproximar-se do PRS e do MADEM “devido às promessas de liderar o Governo que recebeu de ambas as formações políticas” durante o período de disputa eleitoral.
APU quer concorrer às eleições em coligação com o PRS
Entretanto no congresso que decorreu na Ilha de Gardete nos arredores de Bissau, o reeleito presidente da APU admitiu a possibilidade de aproximar-se ao PRS. Disse que as duas formações políticas partilham a mesma ideologia de Koumba Yalá, pelo que seria um desperdício irem para as eleições de forma separada.
A intenção de Nuno Nabian poderá todavia ser indeferida pelo PRS que considera o líder da APU como uma figura instável e que tenta sempre ganhar posição aos demais partidos. A aliança com o PAIGC não foi aceite pelo PRS que neste momento privilegia uma aliança com o MADEM em detrimento da APU.