Guiné-Bissau: Ordem acusa Guarda Presidencial do rapto do advogado do PAIGC

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Um dos advogados do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) e da Coligação PAI-Terra Ranka, Vailton Pereira Barreto, raptado ontem, 20 de Janeiro, por homens não identificados, e posteriormente posto em liberdade, está detido agora na Esquadra da Polícia de Ordem Pública, em Bissau.

A denúncia foi lançada pela Ordem dos Advogados da Guiné-Bissau, que na sua página oficial no Facebook, escreveu que a Ordem dos Advogados da Guiné-Bissau, registou, com estupefacção, a triste notícia do sequestro ou rapto do Advogado Dr. Vailton Pereira Barreto, por homens fortemente armados”.

Na mesma publicação, a Ordem dos Advogados condenou “com veemência o acto de violência  contra o seu associado, colocando em causa a sua segurança e liberdade” e, em consequência, exigiu “a imediata e incondicional reposição da liberdade do Advogado Vailton Pereira Barreto”. “O sequestro do nosso confrade aconteceu ontem a noite [20 de Janeiro], por volta das 22 horas, e envolve o corpo da Guarda Presidencial”, precisou Luís Vaz Martins, Presidente da Comissão dos Direitos Humanos da Ordem dos Advogados da Guiné-Bissau.

“O nosso colega reportou ao Bastonário da Ordem dos Advogados da Guiné-Bissau [Januário Correia] que ele teria sido abordado por volta das 10h [22 horas] e qualquer coisa da noite por agentes da Guarda Presidencial na estrada e que retiraram-no do carro, mandaram outra pessoa a conduzir a sua viatura e levado para a Persistência da República, onde foi retirado o seu telefone”, contou Vaz Martins, segundo ainda o qual, o telemóvel do advogado Vailton Pereira Barreto ainda se encontrar na posse dos agentes da segurança da Presidência da República.

O Presidente da Comissão dos Direitos Humanos da Ordem dos Advogados da Guiné-Bissau avançou que o causídico foi levado esta manhã, domingo, 21 de Janeiro, da sua residência por agentes da polícia afectos ao Ministério do Interior “com alegações de que devia ser ouvido no departamento da Polícia do Trânsito”.

“Hoje [de manhã] foram-lhe buscar para ir prestar declarações [na Polícia], mas ele sustentou o seu argumento em como não se tratava de um acidente de viação, mas, sim, que foi raptado por agentes da Guarda Presidencial, tendo feito mesmo referência ao nome do indivíduo que comandou a operação”, sublinhou, por outro lado, Luís Vaz Martins.

Sobre o assunto, ainda não houve qualquer reacção das entidades oficiais guineenses.

No início da noite deste Domingo, 21, Vailton Pereira Barreto foi libertado no princípio desta noite, confirmou fonte familiar, que pediu anonimato por razões de segurança.

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