Guiné-Bissau: PAIGC questiona sobre deslocação de Sissoco e do seu Governo à CNE quando estava encerrada

O aparecimento de Umaro Sissoco Embaló e o seu Governo nas instalações onde funciona a Comissão Nacional de Eleições (CNE) num dia fora do expediente e na ausência da maioria de funcionários, está a provocar agitação no seio da classe política, especialmente no PAIGC e na candidatura de Domingos Simões Pereira.

Em comunicado tornado público esta quinta-feira 19 de Março, o Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) questionou sobre os motivos que levaram Umaro Sissoco e o seu Chefe do Executivo a efectuarem uma visita à CNE, precisamente num domingo. Os “Libertadores” querem ainda saber o que estará por detrás desta deslocação, quando está em curso um contencioso eleitoral.

Para o PAIGC, “a recente visita do auto-proclamado Presidente da República e do seu ilegal Primeiro-ministro, acompanhado de um aparatoso cordão de segurança à sede da CNE no passado dia 15 de Março causou perplexidade e estranheza, quando precisamente existe um contencioso que põe em causa a própria CNE, junto do Supremo Tribunal de Justiça”, lê-se no comunicado.

Depois de questionar as razões, o partido que suportou a candidatura de Domingos Simões Pereira concluiu que a deslocação de Umaro Sissoco à sede da CNE num Domingo e sem a presença da maioria dos seus funcionários, indicia várias interpretações e suspeições que justificam um processo que a justiça, neste caso concreto o STJ terá que aclarar, porque ela poderá pôr em causa a verdade eleitoral.

A visita de Umaro Sissoco Embaló e Nuno Nabian acompanhados de Botche Candé não foi suficientemente mediatizada pela imprensa local, mas existem imagens nas redes sociais. Terão sido estas imagens que despertaram a curiosidade de alguns guineenses e que justificou agora o PAIGC a questionar sobre o assunto.

O processo do contencioso eleitoral está parado há cerca de um mês, após instalações do Supremo Tribunal de Justiça (STJ) terem sido ocupadas temporariamente por militares, nos dias que se seguiram à investidura simbólica de Umaro Sissoco Embaló numa unidade hoteleira de Bissau.

Impossibilitados de continuarem a trabalhar o processo do contencioso, os Juízes Conselheiros constataram que lhes foi retirada a segurança garantida pelos militares da força ECOMIB, que foram disponibilizados aquando da primeira decisão. Na sequência desta situação um Juiz Conselheiro refugiou-se na sede das Nações Unidas alegando temer pela sua vida, devido às ameaças que estava a ser alvo, supostamente, por pessoas ligadas a candidatura de Umaro Sissoco.

Desde estes episódios o STJ só teve dois aparecimentos públicos, para informar que não está em condições de continuar a trabalhar, porque as suas instalações estavam ocupadas e não sabiam os motivos.

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