O Presidente da República da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, afirmou à imprensa que o seu homólogo angolano “João Lourenço é um irmão”. Foi desta forma que afastou os rumores de desentendimentos entre os dois.
“O povo de Angola é um povo irmão. O Presidente João Lourenço é um irmão. Antes de sermos homólogos, somos irmãos. Há uma história entre a Guiné-Bissau e a Angola”, disse na segunda-feira, 05 de setembro, tendo sido citado pela “VOA”.
A declaração foi feita em resposta a perguntas de jornalistas que quiseram saber se a presença nas cerimónias fúnebres do ex-chefe de Estado José Eduardo dos Santos, em Luanda, representava uma normalização das relações entre os dois governantes.
“Isso é inequívoco. Somos irmãos, temos concertado e falado sempre”, frisou Sissoco Embaló, lembrando que João Lourenço “já nomeou um Embaixador para a Guiné-Bissau, também nomeei um Embaixador em Angola, portanto está tudo a correr bem e não há nada”.
Polémica de desentendimento
A polémica nasceu em março de 2020, quando o então Presidente eleito da Guiné-Bissau acusou o homólogo angolano de interferir nos assuntos internos do seu país, por ter recebido Domingos Simões Pereira em Luanda durante o diferendo pós-eleições presidenciais de 2019. Embaló criticou ainda o facto de Lourenço ter levado os filhos de Eduardo dos Santos à Justiça.
“Imaginem eu, Umaro Sissoco Embaló, mandar prender o filho de José Mário Vaz ou qualquer membro da sua família”, mencionou na altura, citado pelo “O Democrata”.
“Eu não sou ingrato… mas o meu homólogo angolano está a perseguir a pessoa que lhe entregou o poder de uma forma gratuita. Eu fui eleito pelo povo guineense. Ao João Lourenço foi dado o poder de ‘bandeja’ pelo Presidente José Eduardo Santo, um homem que lutou pela paz em Angola e que merece respeito”, defendeu.
O governante aconselhou o homólogo a colocar “a mão na consciência e lembrar que o Presidente José Eduardo dos Santos lhe deu tudo”. A seu ver, “o cão não morde a mão que o alimenta, portanto lamento ouvir críticas a partir de Angola sobre os problemas da Guiné-Bissau”.
A situação terá causado um mal-estar diplomático entre Angola e Guiné-Bissau, mas poderá já ter sido um problema superado, segundo as novas declarações de Embaló.