Guiné-Bissau: PRS vai à Presidência para resolver problemas internos

GB Palácio da Republica

A recente convocação dos pretensos candidatos a liderança do Partido da Renovação Social (PRS) pela Presidência da República, está a ser objecto de críticas. O Chefe de Estado explicou que a sua intervenção deve-se à determinação de não permitir desordem ou polémicas em qualquer partido.

Durante o encontro entre Sissoco Embaló e os membros do PRS que manifestaram a intenção de serem candidatos à liderança do partido, o presidente defendeu o adiamento do VIº Congresso, que “justifica-se” devido ao aumento dos casos da Covid-19 e devido à variante Delta, dominante no país.

Apesar a posição do presidente da Republica não ter provocado reacções no interior do PRS, críticos aproveitaram a ocasião para observar a posição do Chefe de Estado mas também dos candidatos à liderança do PRS.

Armando Lona, analista político, lançou uma série de questões sobre o que resta ainda do PRS. “O partido fundado por Kumba Yalá…!? É o mesmo? Perante o descalabro social e económico que assola este país…o PRS escolheu o silêncio ensurdecedor! Como se não bastasse agora o PRS vai ao palácio presidencial discutir os assuntos do seu Congresso”, escreveu na sua página Facebook.

Crítico com a forma como o partido tem sido gerido, Armando Lona refere que, o PRS não tem tempo para debater o “estado da (des) governação no país”, mas tem bastantes horas para fazer desfile de diversão. “É mesmo o PRS?”, vincou.

Sumaila Djaló, do Movimento dos Cidadãos Inconformados, escreveu: “A minha opinião sobre o PRS é a mesma que tenho sobre o PAIGC, MADEM G-15 e APU-PDGB: esgotaram-se todos os benefícios de dúvida para eles. Mas como a realidade não depende do que eu penso dela, estes partidos infelizmente para a Guiné-Bissau continuam a ser os maiores (maior é diferente de melhor). O que eu digo aos militantes e simpatizantes destes partidos sempre que debatemos é isto: “se conseguirem ser diferentes do que são, e para melhor, será bom para a Guiné-Bissau”, apesar de não acreditar nisso pelos vícios acumulados nas suas estruturas”, começou por referir.

O mesmo activista entende que, para salvar o partido é preciso que se mude de liderança, caso contrário vai desaparecer. “Já governou o país por via de uma eleição geral ganha, participou em governos de coligação e nas ‘fraudes’ de governos chamados de “unidade nacional”, que geralmente surgem após subversão de ordem constitucional. O resultado desse percurso partilhado com outros partidos do sistema é o país que hoje temos: DESASTRE”.

Face a todas as questões levantadas, Sumaila Djaló só vê uma saída: “Não percam tempo os militantes em ouvir o que a candidatura do Alberto Nambeia diz para a sua eventual reeleição, porque só isso é um enorme favor para a consolidação da ignorantização do espaço político nacional”. Apesar das críticas, o activista entende que o PRS tem gente capacitada para conduzir os seus destinos para uma nova forma de fazer política, comprometida com a legalidade democrática e estabilização política, económica e social do país. “Romper com a desastrosa dinastia do Nambeia e Florentino (que o Kumba Yalá ajudou a instituir em 2014) é o maior desafio do partido para o próximo congresso. Talvez essa mudança possa pelo menos libertar o partido de uma liderança mergulhada na ignorância e desnorte que é uma das causas do desnorte da própria Guiné-Bissau”, frisou.

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