De acordo com o decreto presidencial divulgado, esta quinta-feira 23 de Junho, pelo Gabinete de Comunicação e Relações Públicas do Presidente da República, “é o Brigadeiro-general, Daba Naualna exonerado do cargo do Presidente do Tribunal Militar Superior, para o qual havia sido nomeado por decreto Presidencial Nº3/2018, de 16 de Fevereiro”.
O documento presidencial não apontou os motivos da decisão do Presidente da República Umaro Sissoco Embaló, salientando apenas que foi uma “proposta do Governo, por iniciativa do Chefe de Estado de Estado-maior General das Forças Armadas [Biaguê Na N’Tan] e aprovada pelo Conselho Superior da Defesa Nacional”.
Fontes militares indicam que a exoneração do Brigadeiro-general, Daba Naualna, do cargo do Presidente do Tribunal Militar Superior é motivada pela sua recusa de manter na prisão alguns militares guineenses suspeitos de envolvimento em alguns casos de alegadas tentativas subversão da ordem ou de golpes de Estado, incluindo o caso 1 de Fevereiro com o assalto ao Palácio do Governo.
Pouco depois do ataque ao Palácio do Governo, o Chefe de Estado-maior General das Forças Armadas, Biaguê Na N’Tan, acusou o Tribunal Militar de ter ordenado, no passado, a libertação de “indivíduos que viriam a envolver-se no caso 1 de Fevereiro”, segundo as suas palavras.
Para substituir Daba Naualna, o Chefe de Estado guineense, nomeou o Brigadeiro-General, Quinto Quadé, até aqui o seu Conselheiro para a Área da Defesa e Segurança.
O Brigadeiro-General Daba Naualna, militar formado em Direito, foi o Porta-voz do Comando Militar que deu golpe de Estado a 12 de Abril de 2012, sob o qual pende ainda as sanções das Nações Unidas.