O Chefe de Estado guineense e Presidente em Exercício da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) defende que a “moeda comum da CEDEAO se torne um instrumento catalisador na alavanca para impulsionar as trocas comerciais”.
Umaro Sissoco Embalo falava esta terça-feira (24.1) na abertura do seminário parlamentar da CEDEAO sobre a moeda comum e o pagamento interbancário, que decorre em Bissau, de 24 a 26 de Janeiro.
“O sistema monetário que se pretende criar no espaço da CEDEAO vai dar um novo e grande impulso a nossa integração regional e vai cimentar, mais fortemente, os laços de amizade, solidariedade e cooperação que unem os nossos países e povos irmãos”, frisou Umaro Sissoco Embalo.
Embaló afirmou ainda que “a expectativa legítima dos Estados Membros é de que a moeda comum da CEDEAO se torne um instrumento catalisador para impulsionar as trocas comerciais e, por via disso, uma maior integração e um forte crescimento económico capaz de garantir o desenvolvimento sustentável de todos os países membros”.
De acordo com o Chefe de Estado guineense, “a tarefa de pôr de pé a Moeda Comum da CEDEAO e o Sistema de Pagamento Interbancário como Promotores do Comércio regional, representa uma tarefa complexa que interpela a classe política e necessita uma larga e inclusiva reflexão por parte de todos os interessados”.
O Presidente guineense lembrou que espaço CEDEAO engloba 15 países e economias distintas. “São diferentes pela sua dimensão territorial e importância demográfica pela capacidade de cada país de produzir e criar riquezas e de se inserir vantajosamente numa economia globalizada”, observou.
Cipriano Cassamá subscreve
Na mesma ocasião, o presidente da Assembleia Nacional Popular (ANP) da Guiné-Bissau, Cipriano Cassamá disse que “é preciso igualmente mitigar as potenciais desvantagens, sobretudo para as economias menos avançadas e com uma capacidade produtiva ainda muito incipiente, como a nossa, como sejam com o aumento da concorrência, o risco de conduzir ao colapso das nossas pequenas e médias empresas, entre outras” disse Cassamá, sublinhando todavia que “ter uma moeda única ajudaria a eliminar barreiras comerciais e monetárias, reduzir os custos das transacções, impulsionar as actividades económicas e elevar os padrões de vida das nossas populações”.
“É incontestável que o projecto de criação de moeda única no espaço da CEDEAO é extremamente aliciante para a nossa Organização, para os países membros, e principalmente para os nossos povos”, realçou.
“Olhando para os objectivos que a Organização se propõe realizar, com especial ênfase para a criação do mercado comum, a abolição dos direitos aduaneiros, a supressão dos obstáculos à livre circulação de pessoas, bens, serviços e capitais, sem mencionar a criação de uma união económica, acredito que o caminho aponta necessariamente para a criação da moeda única na região da CEDEAO, que vai abranger uma área de 5, 2 milhões de quilómetros quadrados, uma população de 400 milhões de habitantes e um PIB combinado de 734,8 mil milhões de dólares, o que por si só constituem uma mais-valia em caso da criação da moeda única”, frisou Cipriano Cassamá.
Mamandin Indjai
(foto arquivo)