Magda Nely Robalo, ex-ministra de Saúde do Governo de Aristides Gomes, foi nomeada por Umaro Sissoco Embaló para o cargo de Alta Comissária para a luta contra COVID na Guiné-Bissau. Vão acompanhar Magda Robalo nas funções, Plácido Cardoso, ex-Director da Escola Nacional de Saúde, como Secretário e Tumane Baldé, ex-ministro da Administração Pública, na função de adjunto, devendo o Comissariado trabalhar sob a dependência do Presidente da República. O Alto Comissariado terá missão, segundo o Decreto, reformular o plano estratégico, coordenar as parcerias e redinamizar o combate ao Coronavírus bem como a sua contenção.
A nomeação de Magda Nely Robalo é considerada por alguns como uma mais-valia na luta contra o Covid-19 na Guiné-Bissau, tendo em conta os seus conhecimentos em matéria da saúde e a sua experiência como epidemiologista e ex-funcionária e representante da Organização Mundial da Saúde (OMS) em vários países do mundo.
Depois de ser conhecido o decreto, foram várias as reacções à nomeação de Magda Robalo, e opiniões consideram como um rude golpe contra o PAIGC e o ex-Governo Aristides Gomes na luta contra que qualificam de ilegalidades do actual poder instituído.
Uma posição que não é partilhada por Idriça Djaló, presidente do Partido Unidade Nacional. Em Março, o partido apresentou uma proposta exactamente nesse sentido, defendendo que fossem criadas duas estruturas, uma no sector da saúde e outra na área económica e financeira, para dotar o país das valências capazes de contribuir com os conhecimentos e propostas necessária para enfrentar os danos expectáveis pela pandemia Covid-19.
Para Idriça Djaló a decisão assumida por Umaro Sissoco Embaló peca por ser tardia, mas não deixa de ser acertada, principalmente porque ninguém sabe o tempo que vai durar a Covid-19 no país.
Nomeada no dia em que os números continuam em curva ascendente com 1368 casos confirmados, 12 mortes e 56 recuperados, Magda Nely Robalo tem agora a missão de repor algumas decisões tomadas pelo actual Governo que ela mesma considerara inaceitáveis.
Uma dessas decisões, criticada por Magda Nely Robalo, foi no momento da entrada do presente Governo quando os seus responsáveis decidiram desmantelar a estrutura montada para a prevenção da Covid-19.
Apesar da apreciação positiva da nomeação, provavelmente devido às competências da Alta Comissária em matéria da saúde, alguns analistas defendem ser este “um reconhecimento tácito” do PAIGC de Umaro Sissoco como Presidente da República.
Na véspera da nomeação da Alta Comissária, alguns dirigentes do PAIGC ainda consideravam o Governo de Aristides Gomes, como legítimo, e por isso, Magda Nely Robalo, ainda seria a ministra da Saúde.