O Secretário-geral da União Nacional dos Trabalhadores da Guiné – Central Sindical (UNTG), Estevão Gomes Có, disse que a Guiné-Bissau é o único país da sub-região que tem um salário mínimo ilíquido “miserável” de 30.000 francos Cfa (cerca de 46 euros) em detrimento do “elevado custo de vida” no mercado nacional, assim como a ausência de uma política exequível da segurança social dos trabalhadores.
Na sua mensagem desta quinta-feira, 3 de agosto, dirigida aos trabalhadores guineenses por ocasião da comemoração do dia dos Mártires de Pindjiguiti, Estevão Gomes Có apontou a inexistência da política do salário mínimo no país, a insuficiência do sistema da justiça laboral e a politização do aparelho administrativo guineense como “males que afetam o ambiente laboral” na Guiné-Bissau.
O líder da central sindical explicou que decidiram desmarcar-se das comemorações do dia dos trabalhadores como forma de protesto contra o “incumprimento” dos compromissos engajados pelo governo, patentes no memorando de entendimento, assinado no dezembro de 2016, cujo prazo expirou em julho, “sem nenhuma luz ao fundo do túnel” sobre o ponto relativo ao reajuste salarial.
“Em 2017, volvidos 58 anos depois da data, os trabalhadores guineenses continuam ainda a lutar para atingir a justiça salarial e a dignificação da classe” disse Estevão Gomes Có que apelou aos funcionários públicos e aos trabalhadores guineenses em geral, para se manterem firmes e determinados na sua luta.
“A luta ora iniciada só vai terminar quando o governo for coerente com compromissos assumidos com a UNTG, em dezembro do ano passado” disse. Mesmo assim, Estevão Có manifesta a abertura da organização sindical para mais uma ronda negocial com o executivo que já está marcada para a próxima sexta-feira, 4 de agosto.
Tiago Seide