A Ministra da Saúde Pública, Família e Coesão Social, Maria Inácia Có Mendes Sanha, disse que o sucesso de qualquer tipo de transformação social exige o envolvimento das mulheres no mais alto processo do desenvolvimento da sociedade.
Esta quarta-feira, no ato comemorativo do dia da mulher guineense, Maria Inácia Có Mendes Sanha afirmou que a revolução da Guiné-Bissau nunca será vitoriosa se o país não conseguir a plena participação das mulheres, sublinhando que hoje não é o dia festa mas sim o de reflexão sobre a actual situação das mulheres guineenses em todas as dimensões quer política, económica e social.
Apesar dos progressos alcançados no que concerne a emancipação e autonomização das mulheres guineenses, Maria Inácia Có Mendes Sanha afirmou que as mulheres continuam a ser “objectos de descriminação e exclusão no seu quotidiano”.
À título de exemplo, a governante revelou que cerca de 44 % das mulheres de idade compreendida entre 15 a 49 anos foram submetidas a prática de mutilação genital feminina, 50% das meninas de idade compreendida entre 0 a 14 anos foram vítimas da mutilação genital, 37 % de mulheres casaram antes de 18 anos contra as suas próprias vontades, 60 % delas casaram com maridos de 10 a 20 anos mais velhos, cerca de 30% das mulheres detém a terra como propriedade e a representação política das mulheres em todas as esferas da decisão está ainda longe da expectativa.
Estes factos, segundo Maria Inácia Có Mendes Sanha, por si só constituem “graves atentados” contra a dignidade das mulheres e minam o exercício dos seus direitos e liberdades consagrados na constituição da República e de mais tratados e convenções internacionais, igualmente representam “barreiras enormes” na esfera de edificação do verdadeiro estado de direito democrático no país.
“Estou convicta de que a mulher guineense tem capacidade e competência para assumir o destino deste país. Portanto, esta deve ser a nossa vez. Esta é a hora de vivermos a página histórica do nosso país e conduzir a agenda política, económica e social rumo ao desenvolvimento durável e sustentável almejado. Por isso, vamos continuar a nossa luta pela nossa dignidade”, disse a governante.
Tiago Seide